quinta-feira, 10 de maio de 2018

Obsessão e Desobsessão na Umbanda


Obsessão e desobsessão existem desde que o mundo é mundo, ou pelo menos desde que as civilizações surgiram. Entretanto, ganhou cores, explicação, vocabulário próprio e estudos diversos, com o surgimento da codificação kardequiana, no fim do séc. XIX.

Obsessão é uma das principais preocupações e desobsessão é um dos diversos trabalhos realizados pelos Centros Espíritas. Assim, temos no Espiritismo o maior volume de informação, metodologias de tratamento e experiências acumuladas sobre o referido tema.

Muitos terreiros de Umbanda recorrem a esse cabedal de conhecimento do Espiritismo, para lidar com a obsessão, aplicando as soluções kardecistas para realizar as desobsessões, frente aos casos que aparecem no seu dia-a-dia. É justo? Com certeza!



Allan Kardec, enquanto produzia sua obra, não tinha em mente a ideia de fundar uma religião com um determinado nome, um determinado formato e unir pessoas dispostas a defender este material como exclusivo daquele grupo. Ele divulgou conhecimento sobre o mundo espiritual. Para quem? Para quem considerar útil, independente da bandeira que decida carregar ou da denominação que prefira utilizar!

A obsessão é um tema muito sério e muito recorrente, tantos em centros espíritas quanto em terreiros umbandistas. É importante que se diga que ela pode ocorrer tanto de um desencarnado para um encarnado e vice-versa. Também há espíritos sofrentes por ações de seres humanos, sejam estes conscientes ou não de seus atos.

Os trabalhos de desobsessão na Umbanda devem ser conduzidos com o auxílio dos guias que se esforçam para realizar este trabalho e também dos próprios médiuns, os quais devem ler, estudar e aprender a lidar com o tema. Se ficarmos na base de "o guia resolve", a coisa vai por mau caminho. É preciso desenvolvermos consciência para que tenhamos ferramentas úteis na resolução das dificuldades que se apresentam.

A Umbanda é maravilhosa e, sem dúvida, nossos guias e Orixás não nos desamparam. Contudo, se não nos propusermos à transformação moral, de nada adiantará receber ajuda em um terreiro, pois seguiremos atraindo os mesmos tipos de problemas que já nos perturbaram anteriormente.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Os Marinheiros na Umbanda


Os marinheiros são personagens bem conhecidos na Umbanda. Sempre alegres, cantam e bebem, se movimentando de lá para cá, dando a impressão de ébrios, mas na verdade estão apenas mareados.

Os marinheiros na Umbanda podem ter tido a mesma profissão em outras vidas ou alguma ligação muito forte com o mar, como caçadores e caiçaras, por exemplo. Por isso, eles gostam de usar roupas brancas e uniformes de marujo.

Como filho da rainha do mar, Yemanjá, seu maior objetivo é trazer muito axé a todos na terra. Eles são mensageiros de paz e fazem rituais de purificação com as energias mágicas e misteriosas das águas, além de cerimônias de descarrego, consultas, passes, desenvolvimento de médiuns e outros trabalhos que possam envolver demandas.

Carregam consigo um sentimento profundo de amizade e fraternidade. E durante suas consultas, gostam muito de ajudar àquelas pessoas que se apresentam com problemas amorosos. Seus conselhos são sempre fiéis e certeiros, porque eles têm uma grande responsabilidade e assumem o compromisso de um trabalho bem feito.

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Filhos e Filhas de Iansã


Para os filhos de Iansã, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas. Escolhem seus caminhos mais por paixão do que por reflexão e costumam ir à luta para conquistar o que desejam.

São pessoas atiradas, extrovertidas e diretas, que jamais escondem seus sentimentos, sejam de felicidade ou de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões, mas isso não é prova de promiscuidade; pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa amada, mas só enquanto amam.

Tendem a ser pessoas autoritárias e possessivas, com o gênio que muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para tais guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam seus impulsos, sendo capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa,  desde que esta compreenda o sentido da autoridade.


Os filhos de Iansã, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis. Os mais prudentes, entretanto, não ousariam confiar-lhe um segredo.

Se houver uma desavença, poderão usar o que sabem de alguém como arma. Apenas para esclarecer, não o fazem pelo prazer de uma chantagem, mas por ser uma forma de exercer o poder sobre quem o desafiou.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Os desafios diários e os valores humanos


Um de nossos maiores desafios na atualidade é conciliar o manejo dos problemas com a nossa integridade diante daqueles que nos rodeiam. É preciso prezar pelas relações humanas, ao invés de descontar problemas em um amigo ou em um parente que, muitas vezes, apenas deseja conversar um pouco, seja para desabafar ou simplesmente sinalizando que gostaria de companhia.

O caso é que nem sempre conseguimos manter o melhor comportamento, pois nos deixamos envolver demais pelas turbulências diárias. Vivemos tempos complicados: há crise financeira, pressão no trabalho ou para conseguir trabalho, necessidade de pagar contas e uma série de outras situações que tornam os nossos dias mais pesados do que precisariam ser.

Apesar de tudo isso, é preciso recordar que aqueles que estão à nossa volta não são culpados pelas dificuldades que vivemos. Cabe-nos cultivar a presença de espírito para percebermos que as pessoas que participam de nosso convívio estão ali para ajudar-nos a trilhar nossos caminhos e a suavizar os problemas, não para agravá-los.

É difícil? Pode até ser, afinal estamos totalmente viciados em tratar mal a todos em função de vivermos com a cabeça quente para cuidar das responsabilidades. No entanto, se dermos o primeiro passo nesta direção, teremos a chance de perceber que talvez basta um pouco de boa vontade.

Temos total condição para mudar o rumo das coisas e desenvolver um sentimento recíproco de solidariedade e companheirismo. Não podemos deixar as dificuldades consumirem todas as nossas virtudes.

domingo, 6 de maio de 2018

Quem são os Baianos?


Os Baianos simbolizam o povo nordestino que carregou dessa vida o espírito humilde e batalhador. Essa linha surgiu para sustentar a sabedoria do povo sertanejo, recebendo esse nome não por causa do Estado da Bahia, mas pelo fato de ser a partir dali que o país ganhou sua atual identidade.

É uma homenagem aos povos que contribuíram para a rica formação da nação, e que, apesar do jeito simples, carregam a inteligência da miscigenação de brancos, índios e negros.

Essas entidades da Umbanda conhecem com mais afinidade as dificuldades de nosso tempo, pois também passaram por elas. São, em sua maioria, migrantes que carregaram na mala e no peito a esperança de uma vida melhor em outras terras do Brasil.

Esses guias aceitaram a missão de ajudar aos seus semelhantes por acreditarem no melhor do ser humano e saberem que as piores algemas são as que os outros lançam sobre seus irmãos.

Os Baianos na Umbanda representam um povo alegre que adora desmascarar qualquer mal. Quem aparece em um terreiro com pensamento cético, provavelmente será surpreendido durante uma gira desta linha de trabalho.

Médium que decide sair do terreiro é castigado pelos guias?


Sempre há algum comentário do tipo "mediunidade é compromisso, é missão" ou "se você sair da casa onde trabalha, sua vida vai piorar, seus guias vão te punir". Será, gente? Será que um guia, ou seja, um espírito de luz que se propõe a praticar a caridade, seria bondoso com os consulentes e carrasco com seu médium?

Será que um guia de luz sentiria prazer em ver seu médium perder o emprego, destruir um relacionamento ou ser vítima de problemas de saúde só por ter saído do terreiro? Será que é assim mesmo ou isso é apenas reflexo da herança que temos quanto à imposição religiosa pelo medo?



A Igreja assustou muita gente no passado vendendo a ideia da salvação, ganhando cada vez mais adeptos por conta disso. Será que precisamos fazer o mesmo agora, em pleno século XXI e testemunhas que somos da história? Penso que não precisamos e que seria pura apelação.

Mediunidade é compromisso? Sim! Porém, a mediunidade não precisa obrigatoriamente ter um formato e ser exercida em um determinado local, ou, caso contrário, coitado do médium, pois irá sofrer. Absolutamente.

O médium é médium seja onde for e onde estiver, mesmo fora de um terreiro. Se ele tomar contato com uma pessoa que precisa de ajuda e puder auxiliar com sua mediunidade, terá essa oportunidade. Seus guias o acompanham e irão instruí-lo quanto ao que pode ser feito por alguém.

O médium deve levar em conta a sua conduta de vida, muito antes do compromisso que assume em determinada casa. Diga-se de passagem, é muito mais digno o médium que nem está no terreiro, mas faz o seu melhor por onde passa, do que aquele que bate no peito e diz que não falta na gira, mas fora do terreiro é alguém com quem pouco vale a pena conviver.

Vamos refletir, pois estar em um terreiro não é tudo, como muitos gostam de afirmar e convencer, somente para que suas próprias ideias prevaleçam e suas casas permaneçam cheias (afinal isso traz popularidade). A estes, vale dizer que a Igreja já fazia o mesmo na idade média, porém o mundo evoluiu e as pessoas merecem clareza. Sejamos justos, tal como Xangô gosta.

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sexta-feira, 4 de maio de 2018

Meu pedido não foi atendido: o que houve?


Há algo importante a ser elucidado sobre a nossa postura em um terreiro de Umbanda, que diz respeito aos pedidos que fazemos e às expectativas que criamos na atuação das forças espirituais em nossas vidas.

Uma dose adequada de discernimento cabe em qualquer lugar, portanto não é diferente em um local direcionado à prática religiosa. Não adianta eu me dirigir a um terreiro, parar diante de um médium incorporado e pedir ao guia algo impraticável, supondo que forças espirituais poderão fazer tudo o que não posso, mas desejo. Não funciona assim!



Vamos excluir de cara uma determinada situação: se você guarda mágoa de alguém e vai pedir a um guia que prejudique esta pessoa só para aliviar a sua mágoa, não perca seu tempo. A Umbanda não é o lugar onde você conseguirá o mal de alguém.

Se estiver em uma casa séria, o que vai conseguir, neste caso, é que o guia se proponha a trabalhar os seus sentimentos, aliviando o seu coração e ensinando sobre o perdão. O que é do outro, deixa que ele colha, mas não tente interferir em seu caminho. A cada um segundo suas obras!

No mais, se eu fui pedir um amor, um emprego ou qualquer outra coisa e não consegui, o que houve? O guia falhou ou me faltou merecimento? Vamos esclarecer: nada do que temos está além e tampouco aquém da medida.

Se fui pedir e não alcancei, pode não ser o momento de conseguir ou talvez me faltem atitudes para conseguir. Muitos querem resultados sem esforços e desejam desfrutar de uma posição sem dar um passo para alcançá-la. Assim fica difícil! Não há guia de Umbanda que possa resolver a situação.

Precisamos conscientizar-nos quanto aos pedidos que fazemos, procurando saber se somos sensatos. No mais, cabe-nos a compreensão de que estamos onde devemos estar e como precisamos estar. Mais gratidão e menos maledicência tornará a vida melhor, além de facilitar o caminho para as conquistas!

Quem são os Caboclos?


Falar sobre Caboclos na Umbanda é trazer com riqueza de detalhes a humildade e a força espiritual dessas entidades, as quais tanto contribuem com o nosso aprendizado e igualmente nos auxiliam em nossas dores. São espíritos de luz que assumem o papel do indígena, com toda a sabedoria a respeito dos elemnetos naturais, principalmente utilizados para a cura.

Vale a pena salientar que Caboclo, por definição, é um mestiço oriundo das raças branca e indígena. Quando falamos de Umbanda, entretanto, referimos-nos aos guias espirituais. Em outras palavras, estes seres de Luz são espíritos que, para seguirem sua evolução, se propuseram ao trabalho caritativo prestado à humanidade assumindo a forma indígena.



Alguns deles podem de fato terem vivido em uma tribo, mas não é uma obrigatoriedade. Devemos compreender que uma linha de trabalho é formada por um arquétipo com o qual os espíritos trabalhadores atuantes nela possuem identificação por qualquer motivo, não apenas pelo fato de a figura de um índio corresponder ao que foi a sua forma terrena enquanto vivente na matéria.

Uma das principais características dos Caboclos é o aconselhamento direto, com respostas firmes e precisas. Atuam também com passes energizantes e recomendação de elementos da natureza, tais como as ervas indicadas para banhos diversos.

Em consulta com um Caboclo, você receberá conselhos que buscam recuperar o real sentido de ser feliz e viver em harmonia com o ambiente à nossa volta e com o que temos, pois nossas bençãos são de nosso merecimento, assim como os nossos desafios. Nada está fora do lugar dentro da Criação e os Caboclos nos lembram disso.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Quem são os Pretos Velhos?


Pretos Velhos são entidades de luz que se apresentam nos terreiros de Umbanda sob o arquétipo dos escravos africanos trazidos ao Brasil e aqui batizados por seus senhores. Verifica-se o batismo dos cativos, lembrados pelos espíritos que se manifestam na Umbanda, por seus nomes: pai João, pai Joaquim, etc.

São todos eles espíritos dos escravos que aqui viveram? Não necessariamente. Esta corrente de trabalho traz consigo um simbolismo que é preciso identificar: o do negro que, apesar de tudo o que sofreu nas mãos de seus senhores, não busca vingança. Ao contrário: busca auxiliar por meio da caridade, tendo como diretriz a palavra de Jesus - fora da caridade não há salvação.

São entidades que trazem consigo sabedoria, paciência, magia e sempre um conselho que pode atingir o fundo da alma de quem se disponibiliza a ouvi-lo. São profundos conhecedores do poder contido nas ervas e também de tudo o que está armazenado nas emoções humanas.

Seu dia é o 13 de maio e a vela geralmente utilizada para cultuá-los é bicolor nas cores preta e branca. A bebida de preferência é o café e a saudação dirigida a esta corrente espiritual é "Adorei as Almas".

A insegurança acomete médiuns experientes?


Geralmente as pessoas acreditam que a insegurança é exclusiva de iniciantes e, diga-se de passagem, não apenas em relação à mediunidade, mas em qualquer atividade humana. Assim, cria-se a ideia de que a experiência sempre resolverá tudo, pois aquele que já é experimentado no que faz jamais ficará inseguro. Será?

A insegurança é apenas reflexo da condição humana e não há ser humano que não apresente suas fragilidades. Pode ser que o médium não viva um bom momento por conta de problemas financeiros ou familiares, pode ser que ele não esteja no melhor de seus dias ou pode ser apenas a insegurança diante de uma determinada situação que aconteça em uma gira.



Então estamos dizendo que médiuns experientes também ficam inseguros? Isso mesmo! Eles são, afinal, seres humanos e, portanto, seguem precisando aprender e evoluir. Pode ser negativo ao próprio médium criar uma imagem de segurança inabalável, pois ele tenderá a sustentar esta imagem nem sempre verdadeira, ou seja, nem sempre correspondente ao reflexo de como ele se sente naquele dia ou diante de um determinado problema.

Há pessoas que depositam toda a sua confiança, e até mesmo todas as suas expectativas, em determinado médium. Isso, para algumas pessoas, acaba sendo um tipo de pressão colocada sobre os ombros, dando a entender que a responsabilidade aumenta e que deve sempre ser cumprida. Ou ainda, se o médium for vaidoso, poderá pensar que precisa defender seu "status" alcançado na casa onde trabalha, mesmo sem condições para isso.

Ocorre que, se o médium não está em boa condição para cumprir com o seu dever no terreiro, então ele precisa comunicar isso, tanto quanto aqueles que sempre contam com ele precisam compreender a situação. A insegurança acomete a todos os seres humanos em qualquer estágio de suas vidas e reconhecer este fato exige também certa dose de humildade.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Características dos filhos de Exu


Exu é a ponte entre os sentimentos mais humanos e as noções superiores dos Orixás. Filhos de Exu são muito dados às paixões e conquistas. São enérgicos, alegres, brincalhões, atraentes, carismáticos e sabem retibuir o que lhes é feito (para o bem ou para o mal - são recíprocos).

Mesmo que não sejam tão belos como os filhos de Oxum, são magnéticos e têm boa lábia, assim como capacidade para apaziguar ou instalar umaa guerra. Tudo para eles funciona de acordo com o que pede a situação, mas, principalmente, de acordo com o que lhes é feito.

Podem se tornar pessoas com as quais é difícil de lidar, pois cada movimento quando se relaciona com um filho de Exu deve ser bem pensado. Se eles são feridos, tendem a ferir de volta; do mesmo modo, se são amados, oferecem amor.

Comecei a trabalhar no terreiro. Como devo agir?


Quando alguém começa a participar da corrente de trabalho em um terreiro de Umbanda para contribuir com os atendimentos espirituais, muitas dúvidas surgem quanto ao comportamento. Deste modo, vamos falar um pouco a respeito do tema.

Penso que seja mais simples, em realidade, falar a respeito de como não se comportar. Ao evitarmos algumas das situações a seguir, muito provavelmente estaremos dentro de uma boa conduta de comportamento de acordo com o que se espera de alguém em uma casa de oração.



Antes de tudo, ninguém precisa querer despertar atenção só porque começou a desempenhar a sua sensibilidade espiritual. Ninguém deve pensar que tem uma super mediunidade e que, portanto, "todos precisam ver do que sou capaz". Não, nós não precisamos. Nunca se esqueça disso, até mesmo para não passar vergonha.

Tampouco é necessário usar roupas ou acessórios exóticos alegando que a entidade pediu isso para trabalhar. Recuperando o termo já utilizado neste mesmo texto, um terreiro de Umbanda é uma casa de oração, não é uma passarela ou um desfile de carnaval. Assim, vale a máxima de que "o menos é mais".

Vale a última dica sobre o que não fazer: não dramatize a situação no caso de sentir-se apenas "mais um(a)" dentro da corrente, querendo girar excessivamente, gritar, espernear, etc., só porque ninguém prestou em você a atenção que desejava ter. Lembre-se: você é de fato mais um(a) ali, entre os demais que também estão particpando de um trabalho caritativo. Não é um local para chamar atenção. Por último, não participe de fofocas e tampouco as inicie.

Mas então, como devo me comportar? Bom, basta evitar as poucas, mas valiosas recomendações acima e, além disso, exercer humildade, disciplina e absorver os ensinamentos que seu dirigente proporcionar. Esta será uma forma saudável para trilhar o caminho espiritual. Diga-se de passagem, não somente a quem está começando.

terça-feira, 1 de maio de 2018

Características dos filhos de Xangô


Não é tão difícil reconhecer filhos de Xangô, a começar por sua estrutura física. Seu corpo geralmente é forte e com boa constituição óssea. Podem apresentar alguma tendência à obesidade, caso não se cuidarem.

Com forte dose de energia e autoestima, os filhos de Xangô têm consciência de que são importantes e respeitáveis, portanto quando emitem sua opinião é, geralmente, para encerrar o assunto. Analisam tudo e, no momento em que opinam, dificilmente são contestados.



Conscientemente, são incapazes de serem injustos com alguém, mas certo egoísmo faz parte de seu arquétipo. São austeros (podendo até ser sovinas, se este aspecto for exacerbado). Gostam do poder e do saber, os quais são os grandes objetos de sua vaidade.

São amantes vigorosos, dificilmente satisfeitos com uma só companhia. Podem apresentar dificuldade para conviver em um casamento, devido ao ímpeto sexual e ao modo sistemático de agir. Filhos de Xangô não costumam adaptar-se a esquemas com facilidade; preferem ditar as regras.

São obstinados e conseguem o que querem, pois sabem elaborar estratégias e aplicá-las. Gostam do reconhecimento pelo que fazem e temem a solidão, pois isso tira o brilho de sua existência. O filho de Xangô quer ser lembrado pelo que faz.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Mediunidade e Ansiedade


É possível dizer que a maioria dos médiuns apresenta algum grau de ansiedade quanto ao momento de tudo acontecer no campo da espiritualidade conforme as expectativas individuais.

Ocorre que temos aí uma cilada, pois uma coisa não vai ajudar na outra, ou seja, ansiedade não trará mediunidade. Deste modo, não podemos permitir que a emoção passe totalmente à frente da razão, buscando antecipar algo que tem o seu momento certo para acontecer.

Lamento dizer, mas não há pai ou mãe de santo que tenha a capacidade de apressar a mediunidade de alguém só para agradar a este(a) filho(a) que acaba de iniciar sua participação em uma corrente de trabalho. O que acontece em relação a isso é muito mais sugestionamento do que eficácia. Afinal, as pessoas podem acabar acreditando que tal dirigente tem um determinado poder de trazer o guia de alguém. Não tem.

A ansiedade é um mal de nossos tempos, o qual exige atenção e cautela. É um distúrbio emocional contemporâneo que atrapalha o desempenho das pessoas nas mais diversas atividades humanas, não sendo diferente em relação à prática religiosa.

Sendo assim, tenhamos cuidado para não nos deixarmos seduzir por pessoas que fazem determinadas promessas que poderão servir para satisfazer momentaneamente (e ilusoriamente) ao nosso ego, mas não servirão para auxiliar-nos em nossa caminhada evolutiva.

A paciência é, sem dúvida, uma virtude que precisamos desenvolver em nossa estadia terrena. Portanto, saibamos esperar a nossa hora e confiemos em nossos guias, pois eles nos fornecerão, no momento mais apropriado, as respostas que faltam no dia de hoje.

domingo, 29 de abril de 2018

Não há charuto para oferecer ao guia. E agora? Ele não trabalha?


Algumas vezes pode acontecer de não haver um determinado elemento de trabalho que é utilizado durante o atendimento espiritual de Umbanda, como é o caso, por exemplo, de um charuto. É raro, afinal se trata de algo muito simples de conseguir, mas enfim... pode acontecer. E se faltar? Então o guia não vai trabalhar?

É possível que alguém já tenha presenciado faltar este elemento, e então ouvir "o guia" dizer que não consegue trabalhar sem o seu charuto. Isso, convenhamos, pode gerar uma dúvida. Será que o guia está mesmo se recusando a trabalhar por faltar um elemento ou será o médium quem está mistificando e se recusando a atender por não ter o que fumar?

Sabemos da importância de um elemento como o fumo no ritual de Umbanda, mas acreditamos também que um guia, com toda a iluminação que possui, saberá compreender se faltar um elemento de trabalho que utiliza. Acreditamos que, tanto ele terá evolução espiritual para compreender a situação, como duvidamos que ele seja totalmente dependente de um charuto para poder ajudar a quem precisa ser ajudado.

Temos a certeza de que este guia, na condição de um espírito evoluído (afinal está apto a atuar na Umbanda) e que visita o plano terrestre para participar de um trabalho caritativo, saberá como proceder diante do imprevisto.

Deste modo, tendemos a duvidar da idoneidade do médium quando ele, possivelmente desejando demonstrar uma incorporação, se incomoda por não ter o seu fumo e se recusa a fazer o que deveria fazer naquele momento: a caridade. Sejamos mais atentos!

sábado, 28 de abril de 2018

Pode acontecer de eu ter dúvidas sobre minha incorporação?


A resposta à questão que entitula o texto é: com certeza! É perfeitamente normal haver dúvida sobre o processo de incorporação mediúnica em um atendimento espiritual realizado na Umbanda. Acredite: se você passa por isso em dados momentos, não está só em seus questionamentos.

Conforme sabemos, a Umbanda passa por transformações (assim como tudo o que faz parte da existência), de modo que a mediunidade inconsciente, frequentemente vista no passado, não é a mais recorrente nos dias de hoje. Há um motivo para isso?

Sim, há um motivo! No passado não havia a quantidade de estudo disponível que há hoje, assim como não havia o esclarecimento acerca da religião tal como há hoje. O estudo era escasso e tudo era excessivamente mistificado.

Hoje, entretanto, as pessoas podem se preparar e podem se esclarecer como os mais velhos não puderam. Os tempos mudam e as características de tudo também mudam, exatamente para acompanhar a evolução.

Hoje a mediunidade é mais consciente do que já foi. O médium está acompanhado de seu guia, mas nem sempre está alheio ao que ocorre no atendimento. Isso acontece para que este médium tenha também a oportunidade de aprender com o seu guia a respeito daquilo que é realizado.


Eu não posso querer ser um frasco vazio e esperar que o conteúdo brote em mim para ser transmitido a quem precisa. É de minha responsabilidade adquirir o conteúdo que julgo necessário, pois assim as informações que possuo serão mais facilmente comunicadas pelo guia espiritual que me acompanha.

Os tempos são outros. Não podemos mais colocar tudo na conta dos guias, tal como muitos já fizeram no passado. A espiritualidade não promoveria uma mudança como essa se não houvesse fundamento, portanto cabe-nos a compreensão para o bom exercício do que nos propomos a fazer. Teremos dúvida? Sim, afinal nunca saberemos tudo. O que precisamos fazer? Estudar!

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Vaidade e Umbanda não combinam!


Atualmente vemos uma série de trabalhadores que se disponibilizam ao trabalho espiritual realizado na Umbanda, parecendo, assim, caridosos. Por outro lado, parece também que ainda não compreenderam a mensagem que esta religião deseja transmitir: a humildade.

Humildade e vaidade são palavras que até rimam, mas os significados são completamente distintos. Portanto, onde cabe um não caberá o outro. Se a Umbanda preconiza a humildade e aceita a todos como iguais, então um não pode ter a pretensão de se destacar em relação aos demais, pois ferirá um princípio básico umbandista.

Conforme disse o Caboclo das Sete Encruzilhadas, "ensinaremos a quem sabe menos e aprenderemos com quem sabe mais, a ninguém viraremos as costas" e, ainda, conforme ouvimos em um ponto cantado, "aqui não há distinção nem de raça e nem de cor, seja pobre ou seja rico é recebido com amor". Estas palavras tem a ver com igualdade, e só consegue compreender o que é igualdade quem sabe agir com humildade.

Mas então? Serão todos os trabalhadores umbandistas de fato humildes? Não me parece. Vemos por aí médiuns que gostam de afirmar o quanto são mais fortes do que outros, o quanto seus guias são melhores do que outros, o quanto suas entidades são mais procuradas que a dos outros, o quanto seu Orixá é mais poderoso do que o outro, o quanto é mais respeitado do que o outro...

Além disso, vemos também ogãs que gostam de pensar que são artistas ao tocarem o atabaque como se este intrumento dedicado ao ritual religioso fosse um instrumento de percussão em show de samba, e que as mulheres que estão no terreiro vão para pegar o telefone deles, para rolar um "contatinho" depois da gira.

Vamos voltar ao exemplo do Caboclo das Sete Encruzilhadas. A quem não conhece a história do surgimento da religião, um médium vidente observou em sua manifestação que este Caboclo trazia vestimentas clericais, e então o questinou. O Caboclo disse então que havia sido, em uma de suas encarnações, o Frei Gabriel Malagrida e por isso carregava aquela vestimenta.


Se fosse para receber um nome, entretanto, seria o de Caboclo das Sete Encruzilhadas, para fundar o culto da religião de Umbanda identificado com a figura do índio, simbolizando o povo nativo que havia sido massacrado pelos europeus que aqui chegaram. Aquele espírito precisava se apresentar como um índio? Não! Mas era um sinal de humildade de sua parte.

E o que dizer de todos os outros caboclos, que igualmente são tantos outros espíritos iluminados apresentando-se com nomes simples e linguagem simples para nos ajudar? E o que dizer de todos os pretos velhos???

Humildade, meus irmãos. Humildade. Quem prefere a vaidade deve procurar outros ambientes humanos, porque o terreiro de Umbanda não é para isso.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Características dos filhos de Oxum


Os filhos deste Orixá são carinhosos e sensíveis. São conhecidos por "chorões" ou outros apelidos  semelhantes, pelo fato de serem dramáticos e carinhosos, tal como uma mãe é com seus filhos.

Acolhedores e sempre dispostos a oferecer colo, costumam trazer também a beleza e a sensualidade das águas suaves. Se disponibilizam a compreender os problemas humanos, mas diferenciam rapidamente quem realmente precisa de ajuda de quem é aproveitador.

Trazem sempre a beleza consigo, não necessariamente no plano físico. São carismáticos e sedutores, amigos, amantes, cheios de esperança e de desejo, fiéis quando acreditam encontrar o verdadeiro amor e leais com os verdadeiros amigos.

Quanto preciso preocupar-me com guias e outros objetos?



Muitos médiuns de Umbanda desenvolvem preocupações excessivas com coisas que acabam sendo triviais. Um bom exemplo disso são as guias, como são chamados os colares confeccionados com os mais diversos materiais e que simbolizam um dos fundamentos da religião.

Isso acontece em especial com o médium iniciante, o qual, sem as devidas orientações de seu dirigente, começa a gastar tempo e energia buscando compreender qual o tipo de guia deve usar para agradar à entidade que o acompanha, ou ao seu Orixá.

Este médium passa a imaginar se deve usar em sua guia miçangas, sementes, fica em dúvida sobre a cor, se deve ser brilhante ou opaca, se deve comprar ou fazer com as próprias mãos, e assim por diante.

Precisamos levar em conta que o mais importante às entidades que trabalham conosco não é o tipo de material que usaremos ao redor do pescoço. O mais importante SOMOS NÓS! A nossa presença é fundamental, mas não somente a presença de corpo, enquanto a mente está no netflix, naquela série sensacional, no namorado ou na namorada, no facebook, etc.

Se nos propusermos a formar parte de uma corrente de trabalho espiritual, precisamos fazê-lo com integridade e deixar tudo o mais para depois. O que pertence ao mundo material, recuperaremos na saída do terreiro, assim que o trabalho terminar. Enquanto estivermos ali, entretanto, cabe-nos fazer valer a nossa presença, a nossa entrega à espiritualidade.

O tipo de guia a ser usado, assim como outros elementos, tais como fumo, pemba, etc, naturalmente serão intuídos ou orientados. O médium não deve perder energia preocupando-se com objetos; ao invés disso, convém direcionar esta energia mantendo o foco no que ele faz ali, para que o trabalho seja bem conduzido e para que não haja desgaste além do necessário.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Lembra-se da sua primeira gira? Qual foi a corrente de trabalho no dia?


A lembrança da primeira gira dificilmente sai da memória de quem um dia se propôs a visitar um terreiro de Umbanda, obedecendo a um chamado interior e ali encontrando o que buscava, mesmo sem saber exatamente o que encontrar.

Uma vez que proponho esta pergunta aos leitores (lembra-se de sua primeira gira?), então farei um breve relato de como as coisas aconteceram comigo. O ano era 2002 e eu já havia tomado contato, um atrás, com o espiritismo de Kardec. No entanto, algo em minha intimidade me convidava a conhecer a Umbanda, apesar de todos os preconceitos existentes acerca desta religião e que somos acostumados a ouvir, inclusive de pessoas próximas.

Falou mais alto em minha alma a vontade de conhecer um terreiro e de participar da gira, em detrimento de qualquer comentário pejorativo sobre o que era a minha vontade. Cheguei ao terreiro bem do jeito como descrevi no primeiro parágrafo: "sem saber exatamente o que encontrar". Era um dia de trabalho dos pretos velhos e então a reunião começou.

Acompanhei todo o ritual, os pontos cantados, as orações e vi os médiuns receberem os guias para darem início ao atendimento espiritual. Quando estava chegando a minha vez de me consultar, o coração mal cabia no peito de tanto que pulava, talvez uma mistura do que se experimenta ao lidar com o que é desconhecido (o que alguns chamam de medo) e de emoção por notar que ali era o meu lugar, mesmo que ainda não soubesse disso de forma racional.

Ao parar diante do preto velho, ele me olhou por um breve momento e fez uma pergunta que foi no fundo da minha alma. Eu não estava descrente, de modo algum, mas aquilo foi como um raio que caiu no lugar certo e me fez compreender toda a beleza e a importância do trabalho que era realizado ali.

Foi o bastante para me tornar Umbandista e amar incondicionalmente aos Guias e Orixás, que tanto fazem por nós sob a égide de Oxalá. Estas são palavras simples que desejam transmitir um pouco do sentimento de quem experimenta a Umbanda na alma e no coração. E você, se lembra de como tudo aconteceu?

terça-feira, 24 de abril de 2018

A "casinha" de Exu


A Casa de Forças de Exu não é uma casinha onde este amado e respeitado guardião está preso a um determinado “assentamento”. Trata-se de um espaço próximo à entrada do terreiro de Umbanda onde o Axé é “alimentado” para fortalecer a guarda ao terreiro e aos seus filhos de fé.

A Casa de Forças representa o ponto de segurança do terreiro, onde estão os elementos magísticos de ligação de Exu. Conforme é dito, sem Exu não há Umbanda, porque é através de suas forças que se busca a abertura de todos os caminhos na jornada da fé. Sem a segurança que Exu proporciona para que os trabalhos espirituais aconteçam harmoniosamente, a prática de nossa religião não seria possível tal como a conhecemos.


A Casa de Forças de Exu também funciona como uma espécie de “pára-raios” contra as demandas enviadas ao terreiro ou aos seus filhos de fé, seja por magos negros encarnados ou desencarnados. Valendo-se da ação de elementos empregados na ritualística de Umbanda, Exu não permite que forças negativas prejudiquem o que se realiza no espaço sagrado pelo qual está encarregado da defesa.

O Respeito no Terreiro


Faz-se desnecessário dizer o quanto o respeito é importante em qualquer tipo de relação humana, inclusive (ou principalmente) em um ambiente que tem por objetivo a prática religiosa. Afinal, as pessoas ali se reúnem não apenas por respeito umas às outras, mas por respeito ao que consideram sagrado.

Ocorre que precisamos tocar neste assunto com certa frequência em função de pessoas que não compreendem uma premissa básica, que é justamente a do respeito. Não adianta dizer que temos fé se não somos capazes de respeitar; assim como não adianta frequentarmos um terreiro se não formos capazes de ver um irmão nosso sob a mesma condição na qual estamos.

Há muitas pessoas que ainda não comprenderam a importância do comportamento com a mediunidade e com o trato pessoal em um terreiro de Umbanda, que é uma casa de oração. Quantas vezes vemos a vaidade passar à frente da humildade, quantas vezes vemos piadinhas de mau gosto diante de incorporações dos colegas de trabalho espiritual, quantas vezes vemos julgamentos a respeito de questões que os consulentes desejam tratar em seu atendimento espiritual?

O respeito deve ser dispensado não somente ao dirigente, pai/mãe de santo ou sacerdote, seja qual for o nome que a pessoa que se responsabiliza por uma casa prefira receber. O respeito não deve ser entendido como algo associado a uma relação de poder e medo, mas a uma troca de energia. É bom oferecer e receber de forma incondicional!

Não devemos respeitar somente a quem tememos ou a quem prestamos explicações de nossa conduta; precisamos respeitar a todos. Se não for assim, nos caberá compreender que estamos no lugar errado, afinal não faremos falta aos Guias e aos Orixás se não pudermos respeitar o local onde atuam!

Quem pretende destratar ou desmerecer o seu irmão não deve estar em uma casa oração. Há diversos outros ambientes disponíveis a este tipo de comportamento.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

O Fumo e a Defumação


É natural presenciar nos terreiros de Umbanda uma entidade fazendo uso do tabaco por meio do charuto, cigarro ou cachimbo. Do mesmo modo, em todas as giras vemos o uso da defumação.

Ambos, defumação e fumo, possuem o mesmo princípio: utilizar o poder adormecido na erva seca através da ativação com a força ígnea, ou seja, o fogo.

Na defumação é possível utilizar diversos tipos de ervas, cada uma com uma propriedade específica, assim como podemos fazer uma mistura especial, com determinado propósito. Através da sinergia energética das ervas, elas terão uma força de atuação muito melhor e maior.

Tanto a defumação quanto o fumo seguem o mesmo propósito básico. São elementos utilizados para desagregar energias deletérias que ficam presas nos espaços físicos, nas pessoas e no campo astral. Desagragam larvas astrais e miasmas, assim como dissolvem cordões energéticos negativos.

Após o uso do fumo ou da defumação, espíritos que desejam causar problemas podem até adentrar ao local, mas não conseguirão impregnar o ambiente com suas energias negativas, assim como os encarnados não poderão manifestar toda a quantidade de formas astrais negativas que acabam produzindo diariamente. Faz-se, portanto, uma especie de "antissepsia".

Características dos filhos e filhas de Iemanjá


Os filhos e filhas deste Orixá gostam de luxo e de conforto, mas sem grandes exageros. Também dominam o plano emocional da vida, sendo, em vários momentos, chantagistas emocionais ou extremamente habilidosos em manipulação para atingir os seus propósitos.

Relacionar-se com os filhos de Iemanjá pode ser uma delícia temperada com esporádicos e intensos problemas. Mesmo sendo a figura materna que é, quando comparada às outras divindades africanas, Iemanjá é extremamente simples.

Maternais, são muito protetores e tendem a querer cuidar de problemas dos outros como se fossem os seus próprios. São sábios e nos dizem verdades que nem sempre queremos receber. Não espere de filhos de Iemanjá as palavras que você deseja ouvir, pois sempre receberá as que precisa ouvir, goste ou não.

Não se preocupam em fazer esforços para conquistar, definitivamente não são políticos para agradar. São do tipo que desejam ser aceitos por sua própria natureza. Se não for para ser assim, não se abalam com a falta de aceitação, sem jamais perder a originalidade.

As pessoas regidas por este Orixá são aquelas que te convencem sem que você perceba o processo em andamento. É como a onda que vem até a praia e leva os grãos de areia para o mar, sem que estes possam escolher ficar onde estão.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

A Umbanda escolhe seus filhos ou é uma escolha do indivíduo?


Muitas pessoas ficam em dúvida sobre como as coisas acontecem até que alguém se declare filho de Umbanda e passe a exercer uma função de modo a auxiliar no andamento do trabalho espiritual. Afinal: a Umbanda escolhe quem serão seus médiuns trabalhadores ou as pessoas é que escolhem seguir caminho?

A melhor maneira de responder a esta questão é fazer valer o conceito do equilíbrio, o qual permite que tudo funcione harmoniosamente na vida. Quero dizer que há um pouco de cada coisa para que o trabalho seja realizado. Obviamente, ninguém escolhe, em determinado momento da vida, ser médium. Não é algo que alguém fica ali considerando e de repente pensa "vou fazer um curso para ser médium no terreiro!". Absolutamente.

Isso é previamente determinado pela espiritualidade, ou seja, algumas pessoas manifestam naturalmente determinadas características mediúnicas que a fazem perceber um chamamento para o exercício do trabalho caritativo. Essa é a parte em que a Umbanda escolhe um filho seu, digamos assim. A parte da história onde "o convite" é feito.

A outra parte, aquela em que o indivíduo escolhe ser filho de Umbanda, é igualmente válida! Nisso consistirá o equilíbrio. Quero dizer que nada deve ser imposto, pois isso feriria a lei do livre arbítro e, sendo a Umbanda uma religião cristã, jamais faria tal transgressão.


Deste modo, frases do tipo "você deve ir ao terreiro, caso contrário sua vida se atrasará", "os guias ou Orixás irão te prejudicar", entre outras, não cabem mais. A história da humanidade mostra que já basta de imposição religiosa fundamentada na relação de poder e medo.

As pessoas devem seguir determinado caminho, neste caso a Umbanda (já que é a religião da qual tratamos) se assim seu coração pedir. O que for feito, deve sê-lo de peito aberto para que bençãos sejam recebidas e transmitidas. Portanto, a Umbanda tanto escolhe os seus filhos, como também permite a eles esta escolha. Umbanda é Amor, não é imposição.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Oração para afastar os maus espíritos


Em nome de Deus todo poderoso, que os maus espíritos se afastem de mim e que os bons me sirvam de proteção contra eles!

Espíritos malévolos, que inspirais aos homens maus pensamentos; espíritos trapaceiros e mentirosos, que os enganais; espíritos zombeteiros, que brincais com a credulidade deles, eu vos afasto com todas as forças de minha alma e fecho meus ouvidos às vossas sugestões, mas imploro para vós a misericórdia de Deus.

Bons espíritos que generosamente me amparais, dai-me a força para resistir à influência dos maus espíritos e as luzes necessárias para não ser enganado pelas suas artimanhas. Preservai-me do orgulho e da vaidade; afastai do meu coração o ciúme, o ódio, a malevolência e todo sentimento contrário à caridade, que são outras tantas portas abertas aos espíritos maus.

Que assim seja! Graças a Deus!

Características dos Filhos de Nanã

Os filhos deste Orixá, que recebe o seu sincretismo com Sant'Ana, são conservadores e presos aos padrões convencionais estabelecidos pelos homens.

Passam aos outros a aparência de serem calmos, porém têm a capacidade de mudar rapidamente de comportamento, causando também a impressão de guerreiros e até agressivos.

Podem chegar mesmo a ser perigosos quando provocados, não à toa assustando as pessoas que convivem com eles. Estas, portanto, aprendem que não compensa causar uma indisposição.

Levam seu ponto de vista às últimas conseqüências, manifestando assim uma teimosia por vezes difícil de lidar. Quando mães, são apegadas aos filhos e muito protetoras. São ciumentas e possessivas.

Exigem ainda atenção e respeito, são pouco alegres e não gostam de muitas brincadeiras. Definitivamente não são as melhores pessoas a quem fazer aquela famosa piadinha para não perder o momento, pois isso acaba custando a amizade.

Os filhos de Nanã são majestosos e seguros nas ações, procurando sempre o caminho da sabedoria e da justiça. Este é um sinal de nobreza na alma.

Fonte: raizesespirituais.com.br

Pessoas despreparadas trabalhando na Umbanda


A Umbanda é uma religião, portanto deve ser conduzida com seriedade e por pessoas aptas a realizarem aquilo que é proposto em um terreiro, centro ou templo, como se queira chamar.

Não basta boa vontade para se tornar um médium Umbandista, pois ninguém aprende a ser médium em curso algum para posteriormente ingressar em uma corrente de trabalho. Essa é uma condição manifestada naturalmente em determinadas pessoas, que então decidem realizar ou não este trabalho.

Eis a grande questão: ninguém escolhe ser médium de incorporação para manifestar a presença de um guia espiritual! Trata-se de condição intrínseca ao indivíduo e não há como se fabricar! A Umbanda é uma religião de caráter mediúnico, portanto a mediunidade é necessária para se trabalhar na corrente de qualquer casa.

Consulentes se dirigem até o terreiro para receber atendimento espiritual. Assim, quem não manifesta a qualidade mediúnica específica de incorporação, não deve ficar considerando formas de conseguir esta qualidade só para realizar a própria vontade, talvez por achar bonito, ou por qualquer outro motivo.

Não há curso, banho, ritual ou saravada de pai de santo para você transmitir palavras de uma entidade se este não for o papel designado a você. Não se sugestione, não crie ilusões e não fantasie as coisas, pois assim irá causar prejuízos na vida de várias pessoas que dedicam seu tempo para ir ao terreiro buscando ATENDIMENTO ESPIRITUAL, ao invés de suas palavras cordiais transmitidas apenas com boa vontade. Não é isso o que a religião preconiza.

Por causa de "médiuns" assim é que muitas pessoas se frustram com a Umbanda, culpando um pai de santo, um terreiro ou a própria religião, por sentirem que não houve nada de espiritual no atendimento recebido.

A religião não tem culpa, mas infelizmente as pessoas ficam mesmo MUITO decepcionadas, e nem vou dizer que é por culpa de alguns. É por culpa de MUITOS que hoje participam de terreiros nesta condição inadequada, apenas pelo desejo de fazer parte de uma casa ou para dizer que realizam trabalho espiritual, quando a realidade passa longe disso.

Se dirigentes percebem ou não, se são coniventes ou não (afinal precisam de pessoas para o trabalho e nem sempre estas pessoas são preparadas), não sei. O caso é que devemos ser mais atentos com isso e devemos, principalmente, comunicar quando nos depararmos com a situação. A nossa Umbanda não merece perder gradativamente a credibilidade devido à pretensão de desejarem tornar normal o que não é aceitável.

Saravá.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

A Ansiedade do Médium Iniciante


Iniciar a caminhada nos mistérios de uma religião de essência mediúnica não é algo simples, muito menos dado da noite para o dia. É perfeitamente natural que o médium afinizado com o trabalho de Umbanda e, portanto, que procura aquele ambiente para compreender melhor o que ocorre consigo, além de desenvolver-se para o trabalho, fique ansioso para ver as coisas acontecerem prontamente.

Ocorre que não é assim que funciona! É muito importante controlar a ansiedade, pois na vida não há nada que ocorra satisfatoriamente se pularmos etapas, almejando apenas resultados.

A ansiedade é, reconhecidamente, um problema contemporâneo que devemos enfrentar, cientes de que resultados são consequência de um trabalho, seja ele qual for. O objetivo deve ser o trabalho e não o que se ganha com ele, pois o ganho naturalmente virá; é uma construção.

O médium que deseja ver tudo acontecer rapidamente corre grande risco de enfiar os pés pelas mãos, principalmente se não contar com o apoio de um dirigente que saiba como inseri-lo no trabalho, oferecendo o suporte necessário ao desenvolveimento de suas qualidades. Cria-se muita expectativa (e até mesmo muita empolgação) em relação à mediunidade e, assim, as pessoas se tornam candidatas à frustração, desistindo de tudo pouco tempo depois.

Manter os pés no chão é fundamental para o desenvolvimento correto e saudável, aquele que permitirá ao médium estabelecer bases fortes para seu crescimento espiritual e para o cumprimento de sua missão, com a ferramenta que lhe foi ofertada como oportunidade de redenção: a mediunidade.

Comportamento no Terreiro - Vestimenta


O terreiro de Umbanda é um local de culto religioso, sendo assim um solo dedicado ao sagrado e, por isso mesmo, devemos utilizar o bom senso e o respeito como regras básicas na hora de escolhermos a roupa para a participação em uma gira.

As mulheres é que geralmente precisam ter mais atenção com este assunto, uma vez que são habituais em seu vestuário as roupas curtas, justas, decotadas ou transparentes. Não se trata de moralismo e muito menos de julgar o tipo de roupa que cada um queira utilizar, conforme seu bem-estar e sua personalidade. O caso é o de adequação ao contexto.

Do mesmo modo que se deve respeitar o ambiente profissional, pois ali se ganha o pão e, portanto, a vestimenta deve ser adequada a este tipo de ambiente, em um terreiro também deve haver adequação e respeito ao que se busca naquele local, seja a paz, o conforto, a saúde ou a força para enfrentar algum desafio da vida. Roupas claras, discretas e confortáveis são sempre bem adequadas para a visita ao terreiro.

Há casas que pedem para que as pessoas retirem os seus calçados ao passarem para a área onde receberão o seu atendimento, enquanto outras não usam dessa prerrogativa. Neste caso, é preciso observar as regras de funcionamento do local visitado, respeitando o que se pede que seja feito ali. Procuramos o terreiro para receber ajuda e, então, respeito é o mínimo que podemos ofertar em troca.

domingo, 15 de abril de 2018

Arruda para proteção


A arruda é considerada um verdadeiro “termômetro” da energia do local em que estiver, já que seu desenvolvimento é prejudicado por ambientes pesados, com presença de pessoas não realizadas ou frustradas. Por outro lado, se estiver em um ambiente harmonioso e agradável, a arruda irá florescer com muita vitalidade.

A proteção é a virtude mais conhecida da arruda, sendo usada por várias civilizações diferentes há milhares de anos. Acredita-se que ela protege contra qualquer tipo de má vibração, incluindo situações e pessoas ruins que possam tentar causar algum mal.

Se você estiver lidando com situações e pessoas negativas, com a impressão de que tudo está dando errado, a arruda certamente pode ajudar. Ela promove o equilíbrio, absorvendo a negatividade e impedindo que energias contrárias afetem o seu cotidiano e o das pessoas que convivem com você.

Outra aplicação muito útil é no combate à inveja e ao olho-gordo, impedindo que sejamos afetados por este tipo de sentimento ruim e prejudicial para nossas vidas. Dessa forma, nossas merecidas conquistas ficam sempre protegidas do famoso e perigoso mau olhado.

Por que bater cabeça? Qual o significado?


O ato de levar a cabeça ao solo, ou simplesmente "bater cabeça" é encontrado em praticamente todas as religiões. O curioso, entretanto, é que a prática não se restringe à reverência espiritual, sendo adotada também por diversas instituições onde líderes determinam este tipo de saudação como uma formalidade.

Reis, por exemplo, durante longo tempo na história da humanidade eram tidos como representantes terrenos de divindades e, por isso, seus súditos deviam tocar a cabeça ao solo para saudá-los.

O significado pode ser interpretado como (reconhecimento da) submissão do ser humano diante da onipotência da deidade, muitas vezes representada através de fenômenos da Natureza. Ou seja, a aceitação de nossas limitações diante daquilo que não podemos controlar. Trata-se, portanto, de um sinal de respeito e de entrega.

Faz-se importante salientar que, quando usamos a palavra submissão, devemos fazê-lo com cuidado, umas vez que pode ser transmitida a ideia de uma relação de poder ou controle, com uma das partes sendo fragilizada. Definitivamente não é o caso.

Trata-se do reconhecimento por parte do ser humano de sua condição, ciente que é de haver algo superior a ele e que pode ajudá-lo. Por este simples motivo é que bater cabeça é sinal de respeito e humildade.

É possível interpretar também como sinal de agradecimento por bençãos recebidas. A benção da própria vida (por que não?). Algo para o qual nem todos se atentam é que também se trata de oportunidade para estabelecer conexão com as forças espirituais do local sagrado onde se pratica o ritual religioso.

Bater cabeça na Umbanda, portanto, representa respeito aos orixás, guias e entidades, assim como aos sacedotes e aos mais velhos na religião, aqueles que mais tem a ensinar e, diga-se de passagem, também sempre terão a quem respeitar e saudar.

Fonte: centroespiritaurubatan.com.br

Lenda - Como Oxossi virou Orixá


Odé era um grande caçador. Certo dia, ele saiu para caçar sem antes consultar o oráculo Ifá, nem cumprir os ritos necessários. Depois de algum tempo andando na floresta, encontrou uma serpente: era Oxumaré em sua forma terrestre.

A cobra falou que Odé não devia matá-la; mas ele não se importou, matou-a, cortou-a em pedaços e levou para casa, onde a cozinhou e comeu; depois foi dormir.

No outro dia, sua esposa Oxum encontrou-o morto, com um rastro de cobra saindo de seu corpo e indo para a mata. Oxum tanto se lamentou e chorou, que Ifá o fez renascer como Orixá, com o nome de Oxossi.

Fonte: casaiemanjaiassoba.com.br

Características de Filhos e Filhas de Ogum


De físico magro, mas definido, os filhos e filhas de Ogum são aquelas pessoas que não dispensam uma “farra” e pagam para entrar em uma briga. Não necessariamente precisa iniciar por causa deles, mas se enxergarem uma confusão, provavelmente entrarão no meio. De temperamento forte e impaciente, eles não perdem tempo procurando explicações, já partem para o ataque.

No amor apresentam dificuldade para se apegarem a alguém, costumando trocar de parceiros com certa frequência. Não acreditam muito em probabilidades, preferem batalhar até alcançarem o impossível, se assim for o seu sonho; geralmente conseguem realizá-lo. Os filhos de Ogum são pessoas de desejos simples, preferindo dormir sobre o piso ou em uma rede ao invés de uma cama confortável e luxuosa.

A principal característica dos filhos e filhas deste Orixá é o esforço para alcançar o desejado, tratando-se de pessoas batalhadoras e de espírito incansável. Precisam tomar muito cuidado para não se tornarem desagradáveis, por possuírem o dom de serem líderes, mas sempre sob o risco de sucumbirem à prepotência. Devem cultivar a humildade como ponto de apoio para terem boa recepção.

Não conseguem acumular riquezas, pois a efemeridade quase sempre os alcança. Gastam aquilo que ganham com prazeres momentâneos. São pessoas muito comunicativas e alegres, daquelas que dividem sua felicidade, risadas e histórias com todos.

Fonte: iquilibrio