sexta-feira, 3 de junho de 2016

Mediunismo - Cap.4: A "prova" da obsessão


Foram selecionadas duas perguntas deste capítulo, a fim de situar-nos na ideia proposta.

PERGUNTA - Podeis explicar-nos melhor o caso de espíritos que devem reencarnar com o destino fatalista de serem obsidiados, a fim de despertarem os membros de sua família para os postulados da vida imortal, e que depois são curados pelo Espiritismo? Estranhamos essa condição de a criatura ser fatalmente vítima da obsessão, quando temos aprendido que ninguém renasce na Terra com a determinação de sofrer qualquer castigo ou penalidade propositadamente, sob a imposição dos espíritos superiores.

RAMATÍS - Os mentores espirituais nunca determinam que certos espíritos devam reencarnar-se sob o estigma implacável de serem obsidiados, vítimas de homicídios ou de acidentes fatais, o que seria uma punição deliberada e incompatível com a bondade do Criador. Os espíritos faltosos são encaminhados para a vida física sob o comando de suas próprias faltas e dos efeitos do desregramento cometido nas existências passadas; eles são situados carmicamente no seio das influências mórbidas ou maléficas semelhantes às que também alimentaram ou produziram no pretérito. 

A nova existência física transforma-se-lhes numa "probabilidade" favorável ou desfavorável, dependendo fundamentalmente do modo como eles passam a agir na matéria entre os seus velhos comparsas, vítimas ou algozes pregressos, pois ficam na dependência de suas próprias paixões, vícios ou virtudes. Desde que se mantenham de modo digno, vivendo amorosamente em favor do próximo, também poderão sobreviver sem conflitos ou tragédias, fazendo jus ao socorro espiritual de seus mentores, que de modo algum desejam castigá-los, mas apenas recuperá-los espiritualmente.

PERGUNTA - Como poderíamos avaliar a natureza dos delitos desses espíritos que renascem na Terra com essa "probabilidade" de sofrerem a prova da obsessão, porque no passado semearam a perturbação mental, praticaram o suicídio ou entregaram-se à prática do mal?

RAMATÍS - É evidente que a revolta, o ateísmo, a sensualidade ou o pessimismo são bastante estimulados nas criaturas pelos maus escritores, oradores subversivos e líderes intelectuais maquiavélicos que, influenciados pelo existencialismo apocalíptico da época, usam de sua inteligência e agudeza mental para cavar fundo na alma dos seus leitores e admiradores invigilantes. Certas filosofias crônicas e doutrinações modernas induzem o homem a confundir e tomar os raciocínios e malabarismos brilhantes  da mente terrena como se fossem bens supremos do espírito imortal.

Elas aconselham aos seus discípulos o epicurismo da "fuga interior", liberando-os de quaisquer obrigações para com alguma autoridade espiritual ou ente supremo e tentam convencê-los de que serão humilhados pelo fato de concordarem ou curvarem-se à ideia de um Deus que reina acima dos valores do intelecto humano. Esses espíritos demasiadamente intelectivos, que empregam o seu talento para semear a descrença, a inconformação, a rebeldia e a ociosidade espiritual, que vivem preocupados excessivamente em fundar escolas filosóficas exóticas, que isentam o homem de sua responsabilidade espiritual e o incentivam a uma existência puramente sensual, dificultam a perfeita aplicação da Lei de Evolução na marcha progressiva das criaturas de menor acuidade mental.

E de conformidade com essa mesma lei sideral, de que "a colheita é sempre de acordo com a sementeira", tais filósofos aniquilantes terão de corrigir em vidas futuras os desvios que provocaram nos seus tolos discípulos, saneando-lhes os raciocínios insensatos e fazendo-os reconquistar o respeito perdido.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Mediunismo - Cap.3: Todas as criaturas são médiuns?


PERGUNTA - Em face de a mediunidade ser manifestação natural do próprio espírito do homem, deveremos considerar que, sem qualquer exceção, todas as criaturas são médiuns?

RAMATÍS - Sim, porque todos nós transmitimos para o ambiente da matéria os mais variados tons do nosso espírito, assim como sempre influenciamos os demais companheiros pelos nossos pensamentos, atos e sentimentos. A mediunidade não é faculdade adstrita somente a alguns seres, ou exclusivamente aos espíritas, mas todos os homens, como espíritos encarnados na matéria, são intermediários das boas ou más inspirações do Além-Túmulo. É evidente, entretanto, que a faculdade mediúnica manifesta-se de conformidade com o entendimento e o progresso espiritual de cada criatura.

COMENTÁRIO: A mediunidade não é condição que torna qualquer indivíduo especial por manifestá-la. O fato de que todos somos médiuns, mas que alguns de nós teremos a faculdade mediúnica mais evidente de acordo com o progresso espiritual, pode significar apenas uma facilidade maior de entendimento ou preparo para lidar com as questões que transcendem a matéria. 

PERGUNTA - Por que a mediunidade não se manifesta só de modo pacífico, qual graça decorrente da evolução humana? Em geral, ela eclode nas criaturas produzindo-lhes distúrbios mentais ou perturbando-lhes o próprio organismo físico. É justo tal acontecimento?

RAMATÍS - Só a mediunidade saudável e natural, que é fruto do maior apuro espiritual da alma, revela-se de modo sereno e em suave espontaneidade, como um dom inato e sem produzir quaisquer sensações desagradáveis no ser. Entretanto, caso se trate de uma "concessão" provisória feita pela administração sideral, isto é, "a mediunidade de prova", como decorrência de uma hipersensibilidade prematura despertada excepcionalmente pelos técnicos do mundo astral com o fito de favorecer aos espíritos muito endividados, a sua recuperação espiritual pregressa, o seu despertar, é em gral sujeito a várias circunstâncias desagradáveis.

PERGUNTA - Todo desenvolvimento mediúnico, para ser completo, deve ser processado conforme as orientações do "Livro dos Médiuns"?

RAMATÍS - O desenvolvimento mediúnico conforme a técnica e a orientação deixadas por Allan Kardec, no "Livro dos Médiuns", tem por fim proteger a faculdade que desabrocha mais ostensivamente entre os homens que no Espaço assumiram a obrigação de transferir o pensamento dos desencarnados para o mundo físico. Uma vez que os primeiros encarnados da Terra já podiam entrar em relação com os anjos ou os diabos, isto é, com os bons e maus espíritos, comprova-se que o primeiro habitante terreno também já era um médium em potencial. No entanto, só depois do advento espírita e os estudos avançados de Allan Kardec é que se consolidou um roteiro seguro e evolutivo para o exercício mediúnico. 

quarta-feira, 4 de maio de 2016

O Perdão

Mediunismo - Cap.2: A mediunidade e o "consolador" prometido


PERGUNTA - Que relação há entre a mediunidade e o "consolador" prometido por Jesus, que é, propriamente, a mediunidade?

RAMATÍS - A mediunidade é um patrimônio do espírito; é faculdade que se engrandece em sua percepção psíquica, tanto quanto evolui e se moraliza o espírito do homem. A sua origem é essencialmente espiritual e não material. Ela não provém do metabolismo do sistema nervoso, como alegam alguns cientistas terrenos, mas enraíza-se na própria alma, onde a mente, à semelhança de eficiente usina, organiza e se responsabiliza por todos os fenômenos da vida orgânica, que se iniciam no berço físico e terminam no túmulo. Muitos médiuns que abusam de sua faculdade mediúnica e se entregam a um serviço mercenário, em favor exclusivo dos seus interesses particulares, não demoram em se ligar imprudentemente às entidades malfeitoras dos planos inferiores, de cuja companhia dificilmente depois eles conseguem se libertar.

COMENTÁRIO:  Ao questionar-se a relação entre mediunidade e consolador prometido, Ramatís explica tratar-se de faculdade engrandecida no homem conforme a sua evolução e condição moral. Ao dizer-nos que o médium que entrega-se a serviço mercenário fica ligado aos planos inferiores, podemos aferir que a mediunidade posta em prática visando à prática do bem permite ao médium a conexão aos planos superiores, os quais são anseios de seu próprio espírito.

PERGUNTA - Conforme temos observado, a mediunidade, atualmente, generaliza-se e recrudesce entre os homens de modo ostensivo. Por que ocorre tal fenômeno em nossos dias?

RAMATÍS - É fenômeno resultante da hipersensibilidade psíquica que presentemente sobressai entre os homens, em concomitância com o "fim dos tempos" ou "juízo final", tantas vezes já profetizado. O século em que viveis é o remate final da "Era da Matéria", que até o momento tem sido regida pela belicosidade, cobiça, astúcia, cólera, egoísmo e crueldade, paixões mais próprias do instinto animal predominando sobre a centelha espiritual. Encontrai-vos no limiar da "Era do Espírito", em que a humanidade sentir-se-á impulsionada para o estudo e o cultivo dos bens da vida eterna, com acentuado desejo de solucionar os seus problemas de origem espiritual.

COMENTÁRIO: O primeiro ponto a salientarmos é que Ramatís refere-se ao século passado, uma vez que a obra data do ano de 1960. Daquele momento aos dias atuais, é fato que temos ainda muitos problemas de ordem material a serem resolvidos, existindo, contudo, um movimento crescente de busca pela religiosidade e discernimento da vida espiritual. A mediunidade, neste aspecto, é qualidade que impulsiona os homens a buscarem solução para seus conflitos, auxiliando a estabelecer equilíbrio entre suas necessidades materiais e espirituais.

PERGUNTA - Poderíamos supor que o progresso científico atual também contribui para essa hipersensibilização humana, em que o homem cada vez mais sintoniza-se com as forças do mundo oculto?

RAMATÍS - O cientificismo avançado do século XX, engendrando a criação dos satélites artificiais, dos aviões a jato, dos projéteis teleguiados e foguetes interplanetários; as pesquisas corajosas dos velhos "tabus" e segredos da mente humana, sem dúvida são importantes contribuições que não só aceleram a dinâmica de pensar e aumentam a área da consciência, como também sensibilizam a emotividade do ser. Já vos lembramos de que o homem atualmente vive, em algumas horas, e de modo simultâneo, os raciocínios, as reflexões,as conjecturas e as mutações mentais e emotivas que os seus antepassados não chegavam a experimentar em dezenas de anos.

COMENTÁRIO: O progresso científico é o progresso do próprio homem, que melhor aplica seu potencial na criação de bens que auxiliarão a coletividade. Deste modo, cada vez mais a busca por informações tende a alcançar o oculto, de forma que o homem poderá encontrar sua atenção direcionada aos conceitos espirituais, os quais correspondem à sua essência.

sábado, 30 de abril de 2016

Mediunismo - Cap.1: Considerações sobre o "Livro dos Médiuns"


PERGUNTA - De início, gostaríamos que nos indicásseis qual o método mais eficiente para o êxito do desenvolvimento mediúnico ou qual o processo mais aconselhável para educar o candidato a médium.

RAMATÍS - Assim como ao futuro acadêmico compete primeiramente estudar a cartilha primária, a fim de aprender o alfabeto que o credenciará para tentar no futuro os estudos mais complexos da cátedra universitária, o médium também precisa começar o seu desenvolvimento mediúnico orientado pelas lições básicas da doutrina espírita. O homem pode tornar-se engenheiro, médico, advogado ou magistrado, mas ele sempre terá de começar pela alfabetização.
Assim como não confiais na criatura que se afirma portadora de um diploma acadêmico, mas sem nunca ter feito os estudos primários, é claro que também não podeis confiar na capacidade, na segurança e no entendimento de qualquer médium que ignore os princípios mais rudimentares sobre a mediunidade, expostos no Livro dos Médiuns. Muito mais importante e perigosa do que as relações e as profissões no mundo material são ainda as relações entre os vivos e os mortos, por cujo motivo o médium não pode prescindir de um roteiro certo e seguro em seu desenvolvimento, tal como Allan Kardec o estabeleceu em suas obras fundamentais.

COMENTÁRIO: Por meio desta resposta, Ramatís nos orienta quanto à importância de não pularmos etapas no que diz respeito ao desenvolvimento mediúnico. Em determinados momentos, experimentamos algumas sensações e queremos logo colocá-las em exercício, sem a devida disciplina para que o trabalho seja lapidado. Sem o desenvolvimento necessário, não há habilidade que nos faça dar o melhor que podemos.

PERGUNTA - No entanto, conhecemos alguns confrades que se consideram "bons médiuns" e são bastante seguros em suas tarefas mediúnicas, mas que afirmam nunca haver lido uma página do Livro dos Médiuns, nem mesmo consultado qualquer outra obra de Allan Kardec. Que dizeis disso?

RAMATÍS - Quanto a haver médium bom e seguro, mesmo ignorando as obras de Allan Kardec, não opomos dúvida alguma, pois o catolicismo, o protestantismo, a teosofia, o esoterismo, o budismo, o islamismo, o induísmo e judaísmo, as instituições rosa-cruz e outras associações iniciáticas contaram em seu seio com magníficos médiuns de alto critério espiritual, mas alheios aos postulados espíritas. O espiritismo é o conjunto de leis morais que disciplinam as relações desse "mediunismo" entre o plano visível e o invisível, coordenando também o progresso espiritual dos seus adeptos. Mas os fenômenos mediúnicos começaram a ocorrer muito antes de ser codificada a doutrina espírita, assim como também podem se registrar independentemente de sua existência. Sem dúvida, tendes de distinguir que o mediunismo é manifestação que pode ocorrer independentemente do espiritismo; o primeiro é uma "faculdade" que pode não estar sujeita a doutrinas ou religiões; o segundo é "doutrina" moral e filosófica codificada por Allan Kardec, cuja finalidade precípua é a libertação do homem dos dogmas asfixiantes e das paixões escravizantes.

COMENTÁRIO: Aqui verificamos que o espiritismo não transforma os homens em médiuns, representando sim um guia seguro sobre como trilharmos um caminho no exercício da mediunidade da qual naturalmente dispomos.

sábado, 9 de abril de 2016

As Defumações e as Ervas de Efeitos Psíquicos



Áudio com mensagem inicial sobre "como podemos nos decepcionar com quem somos" e posterior estudo do capítulo 13 - As defumações e as ervas de efeitos psíquicos - do livro Magia de Redenção, de Ramatís.