sexta-feira, 27 de abril de 2018

Vaidade e Umbanda não combinam!


Atualmente vemos uma série de trabalhadores que se disponibilizam ao trabalho espiritual realizado na Umbanda, parecendo, assim, caridosos. Por outro lado, parece também que ainda não compreenderam a mensagem que esta religião deseja transmitir: a humildade.

Humildade e vaidade são palavras que até rimam, mas os significados são completamente distintos. Portanto, onde cabe um não caberá o outro. Se a Umbanda preconiza a humildade e aceita a todos como iguais, então um não pode ter a pretensão de se destacar em relação aos demais, pois ferirá um princípio básico umbandista.

Conforme disse o Caboclo das Sete Encruzilhadas, "ensinaremos a quem sabe menos e aprenderemos com quem sabe mais, a ninguém viraremos as costas" e, ainda, conforme ouvimos em um ponto cantado, "aqui não há distinção nem de raça e nem de cor, seja pobre ou seja rico é recebido com amor". Estas palavras tem a ver com igualdade, e só consegue compreender o que é igualdade quem sabe agir com humildade.

Mas então? Serão todos os trabalhadores umbandistas de fato humildes? Não me parece. Vemos por aí médiuns que gostam de afirmar o quanto são mais fortes do que outros, o quanto seus guias são melhores do que outros, o quanto suas entidades são mais procuradas que a dos outros, o quanto seu Orixá é mais poderoso do que o outro, o quanto é mais respeitado do que o outro...

Além disso, vemos também ogãs que gostam de pensar que são artistas ao tocarem o atabaque como se este intrumento dedicado ao ritual religioso fosse um instrumento de percussão em show de samba, e que as mulheres que estão no terreiro vão para pegar o telefone deles, para rolar um "contatinho" depois da gira.

Vamos voltar ao exemplo do Caboclo das Sete Encruzilhadas. A quem não conhece a história do surgimento da religião, um médium vidente observou em sua manifestação que este Caboclo trazia vestimentas clericais, e então o questinou. O Caboclo disse então que havia sido, em uma de suas encarnações, o Frei Gabriel Malagrida e por isso carregava aquela vestimenta.


Se fosse para receber um nome, entretanto, seria o de Caboclo das Sete Encruzilhadas, para fundar o culto da religião de Umbanda identificado com a figura do índio, simbolizando o povo nativo que havia sido massacrado pelos europeus que aqui chegaram. Aquele espírito precisava se apresentar como um índio? Não! Mas era um sinal de humildade de sua parte.

E o que dizer de todos os outros caboclos, que igualmente são tantos outros espíritos iluminados apresentando-se com nomes simples e linguagem simples para nos ajudar? E o que dizer de todos os pretos velhos???

Humildade, meus irmãos. Humildade. Quem prefere a vaidade deve procurar outros ambientes humanos, porque o terreiro de Umbanda não é para isso.

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