quarta-feira, 25 de abril de 2018

Lembra-se da sua primeira gira? Qual foi a corrente de trabalho no dia?


A lembrança da primeira gira dificilmente sai da memória de quem um dia se propôs a visitar um terreiro de Umbanda, obedecendo a um chamado interior e ali encontrando o que buscava, mesmo sem saber exatamente o que encontrar.

Uma vez que proponho esta pergunta aos leitores (lembra-se de sua primeira gira?), então farei um breve relato de como as coisas aconteceram comigo. O ano era 2002 e eu já havia tomado contato, um atrás, com o espiritismo de Kardec. No entanto, algo em minha intimidade me convidava a conhecer a Umbanda, apesar de todos os preconceitos existentes acerca desta religião e que somos acostumados a ouvir, inclusive de pessoas próximas.

Falou mais alto em minha alma a vontade de conhecer um terreiro e de participar da gira, em detrimento de qualquer comentário pejorativo sobre o que era a minha vontade. Cheguei ao terreiro bem do jeito como descrevi no primeiro parágrafo: "sem saber exatamente o que encontrar". Era um dia de trabalho dos pretos velhos e então a reunião começou.

Acompanhei todo o ritual, os pontos cantados, as orações e vi os médiuns receberem os guias para darem início ao atendimento espiritual. Quando estava chegando a minha vez de me consultar, o coração mal cabia no peito de tanto que pulava, talvez uma mistura do que se experimenta ao lidar com o que é desconhecido (o que alguns chamam de medo) e de emoção por notar que ali era o meu lugar, mesmo que ainda não soubesse disso de forma racional.

Ao parar diante do preto velho, ele me olhou por um breve momento e fez uma pergunta que foi no fundo da minha alma. Eu não estava descrente, de modo algum, mas aquilo foi como um raio que caiu no lugar certo e me fez compreender toda a beleza e a importância do trabalho que era realizado ali.

Foi o bastante para me tornar Umbandista e amar incondicionalmente aos Guias e Orixás, que tanto fazem por nós sob a égide de Oxalá. Estas são palavras simples que desejam transmitir um pouco do sentimento de quem experimenta a Umbanda na alma e no coração. E você, se lembra de como tudo aconteceu?

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