quarta-feira, 9 de maio de 2018

Os Marinheiros na Umbanda


Os marinheiros são personagens bem conhecidos na Umbanda. Sempre alegres, cantam e bebem, se movimentando de lá para cá, dando a impressão de ébrios, mas na verdade estão apenas mareados.

Os marinheiros na Umbanda podem ter tido a mesma profissão em outras vidas ou alguma ligação muito forte com o mar, como caçadores e caiçaras, por exemplo. Por isso, eles gostam de usar roupas brancas e uniformes de marujo.

Como filho da rainha do mar, Yemanjá, seu maior objetivo é trazer muito axé a todos na terra. Eles são mensageiros de paz e fazem rituais de purificação com as energias mágicas e misteriosas das águas, além de cerimônias de descarrego, consultas, passes, desenvolvimento de médiuns e outros trabalhos que possam envolver demandas.

Carregam consigo um sentimento profundo de amizade e fraternidade. E durante suas consultas, gostam muito de ajudar àquelas pessoas que se apresentam com problemas amorosos. Seus conselhos são sempre fiéis e certeiros, porque eles têm uma grande responsabilidade e assumem o compromisso de um trabalho bem feito.

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Filhos e Filhas de Iansã


Para os filhos de Iansã, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas. Escolhem seus caminhos mais por paixão do que por reflexão e costumam ir à luta para conquistar o que desejam.

São pessoas atiradas, extrovertidas e diretas, que jamais escondem seus sentimentos, sejam de felicidade ou de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões, mas isso não é prova de promiscuidade; pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa amada, mas só enquanto amam.

Tendem a ser pessoas autoritárias e possessivas, com o gênio que muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para tais guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam seus impulsos, sendo capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa,  desde que esta compreenda o sentido da autoridade.


Os filhos de Iansã, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis. Os mais prudentes, entretanto, não ousariam confiar-lhe um segredo.

Se houver uma desavença, poderão usar o que sabem de alguém como arma. Apenas para esclarecer, não o fazem pelo prazer de uma chantagem, mas por ser uma forma de exercer o poder sobre quem o desafiou.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Os desafios diários e os valores humanos


Um de nossos maiores desafios na atualidade é conciliar o manejo dos problemas com a nossa integridade diante daqueles que nos rodeiam. É preciso prezar pelas relações humanas, ao invés de descontar problemas em um amigo ou em um parente que, muitas vezes, apenas deseja conversar um pouco, seja para desabafar ou simplesmente sinalizando que gostaria de companhia.

O caso é que nem sempre conseguimos manter o melhor comportamento, pois nos deixamos envolver demais pelas turbulências diárias. Vivemos tempos complicados: há crise financeira, pressão no trabalho ou para conseguir trabalho, necessidade de pagar contas e uma série de outras situações que tornam os nossos dias mais pesados do que precisariam ser.

Apesar de tudo isso, é preciso recordar que aqueles que estão à nossa volta não são culpados pelas dificuldades que vivemos. Cabe-nos cultivar a presença de espírito para percebermos que as pessoas que participam de nosso convívio estão ali para ajudar-nos a trilhar nossos caminhos e a suavizar os problemas, não para agravá-los.

É difícil? Pode até ser, afinal estamos totalmente viciados em tratar mal a todos em função de vivermos com a cabeça quente para cuidar das responsabilidades. No entanto, se dermos o primeiro passo nesta direção, teremos a chance de perceber que talvez basta um pouco de boa vontade.

Temos total condição para mudar o rumo das coisas e desenvolver um sentimento recíproco de solidariedade e companheirismo. Não podemos deixar as dificuldades consumirem todas as nossas virtudes.

domingo, 6 de maio de 2018

Quem são os Baianos?


Os Baianos simbolizam o povo nordestino que carregou dessa vida o espírito humilde e batalhador. Essa linha surgiu para sustentar a sabedoria do povo sertanejo, recebendo esse nome não por causa do Estado da Bahia, mas pelo fato de ser a partir dali que o país ganhou sua atual identidade.

É uma homenagem aos povos que contribuíram para a rica formação da nação, e que, apesar do jeito simples, carregam a inteligência da miscigenação de brancos, índios e negros.

Essas entidades da Umbanda conhecem com mais afinidade as dificuldades de nosso tempo, pois também passaram por elas. São, em sua maioria, migrantes que carregaram na mala e no peito a esperança de uma vida melhor em outras terras do Brasil.

Esses guias aceitaram a missão de ajudar aos seus semelhantes por acreditarem no melhor do ser humano e saberem que as piores algemas são as que os outros lançam sobre seus irmãos.

Os Baianos na Umbanda representam um povo alegre que adora desmascarar qualquer mal. Quem aparece em um terreiro com pensamento cético, provavelmente será surpreendido durante uma gira desta linha de trabalho.

Médium que decide sair do terreiro é castigado pelos guias?


Sempre há algum comentário do tipo "mediunidade é compromisso, é missão" ou "se você sair da casa onde trabalha, sua vida vai piorar, seus guias vão te punir". Será, gente? Será que um guia, ou seja, um espírito de luz que se propõe a praticar a caridade, seria bondoso com os consulentes e carrasco com seu médium?

Será que um guia de luz sentiria prazer em ver seu médium perder o emprego, destruir um relacionamento ou ser vítima de problemas de saúde só por ter saído do terreiro? Será que é assim mesmo ou isso é apenas reflexo da herança que temos quanto à imposição religiosa pelo medo?



A Igreja assustou muita gente no passado vendendo a ideia da salvação, ganhando cada vez mais adeptos por conta disso. Será que precisamos fazer o mesmo agora, em pleno século XXI e testemunhas que somos da história? Penso que não precisamos e que seria pura apelação.

Mediunidade é compromisso? Sim! Porém, a mediunidade não precisa obrigatoriamente ter um formato e ser exercida em um determinado local, ou, caso contrário, coitado do médium, pois irá sofrer. Absolutamente.

O médium é médium seja onde for e onde estiver, mesmo fora de um terreiro. Se ele tomar contato com uma pessoa que precisa de ajuda e puder auxiliar com sua mediunidade, terá essa oportunidade. Seus guias o acompanham e irão instruí-lo quanto ao que pode ser feito por alguém.

O médium deve levar em conta a sua conduta de vida, muito antes do compromisso que assume em determinada casa. Diga-se de passagem, é muito mais digno o médium que nem está no terreiro, mas faz o seu melhor por onde passa, do que aquele que bate no peito e diz que não falta na gira, mas fora do terreiro é alguém com quem pouco vale a pena conviver.

Vamos refletir, pois estar em um terreiro não é tudo, como muitos gostam de afirmar e convencer, somente para que suas próprias ideias prevaleçam e suas casas permaneçam cheias (afinal isso traz popularidade). A estes, vale dizer que a Igreja já fazia o mesmo na idade média, porém o mundo evoluiu e as pessoas merecem clareza. Sejamos justos, tal como Xangô gosta.

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sexta-feira, 4 de maio de 2018

Meu pedido não foi atendido: o que houve?


Há algo importante a ser elucidado sobre a nossa postura em um terreiro de Umbanda, que diz respeito aos pedidos que fazemos e às expectativas que criamos na atuação das forças espirituais em nossas vidas.

Uma dose adequada de discernimento cabe em qualquer lugar, portanto não é diferente em um local direcionado à prática religiosa. Não adianta eu me dirigir a um terreiro, parar diante de um médium incorporado e pedir ao guia algo impraticável, supondo que forças espirituais poderão fazer tudo o que não posso, mas desejo. Não funciona assim!



Vamos excluir de cara uma determinada situação: se você guarda mágoa de alguém e vai pedir a um guia que prejudique esta pessoa só para aliviar a sua mágoa, não perca seu tempo. A Umbanda não é o lugar onde você conseguirá o mal de alguém.

Se estiver em uma casa séria, o que vai conseguir, neste caso, é que o guia se proponha a trabalhar os seus sentimentos, aliviando o seu coração e ensinando sobre o perdão. O que é do outro, deixa que ele colha, mas não tente interferir em seu caminho. A cada um segundo suas obras!

No mais, se eu fui pedir um amor, um emprego ou qualquer outra coisa e não consegui, o que houve? O guia falhou ou me faltou merecimento? Vamos esclarecer: nada do que temos está além e tampouco aquém da medida.

Se fui pedir e não alcancei, pode não ser o momento de conseguir ou talvez me faltem atitudes para conseguir. Muitos querem resultados sem esforços e desejam desfrutar de uma posição sem dar um passo para alcançá-la. Assim fica difícil! Não há guia de Umbanda que possa resolver a situação.

Precisamos conscientizar-nos quanto aos pedidos que fazemos, procurando saber se somos sensatos. No mais, cabe-nos a compreensão de que estamos onde devemos estar e como precisamos estar. Mais gratidão e menos maledicência tornará a vida melhor, além de facilitar o caminho para as conquistas!

Quem são os Caboclos?


Falar sobre Caboclos na Umbanda é trazer com riqueza de detalhes a humildade e a força espiritual dessas entidades, as quais tanto contribuem com o nosso aprendizado e igualmente nos auxiliam em nossas dores. São espíritos de luz que assumem o papel do indígena, com toda a sabedoria a respeito dos elemnetos naturais, principalmente utilizados para a cura.

Vale a pena salientar que Caboclo, por definição, é um mestiço oriundo das raças branca e indígena. Quando falamos de Umbanda, entretanto, referimos-nos aos guias espirituais. Em outras palavras, estes seres de Luz são espíritos que, para seguirem sua evolução, se propuseram ao trabalho caritativo prestado à humanidade assumindo a forma indígena.



Alguns deles podem de fato terem vivido em uma tribo, mas não é uma obrigatoriedade. Devemos compreender que uma linha de trabalho é formada por um arquétipo com o qual os espíritos trabalhadores atuantes nela possuem identificação por qualquer motivo, não apenas pelo fato de a figura de um índio corresponder ao que foi a sua forma terrena enquanto vivente na matéria.

Uma das principais características dos Caboclos é o aconselhamento direto, com respostas firmes e precisas. Atuam também com passes energizantes e recomendação de elementos da natureza, tais como as ervas indicadas para banhos diversos.

Em consulta com um Caboclo, você receberá conselhos que buscam recuperar o real sentido de ser feliz e viver em harmonia com o ambiente à nossa volta e com o que temos, pois nossas bençãos são de nosso merecimento, assim como os nossos desafios. Nada está fora do lugar dentro da Criação e os Caboclos nos lembram disso.