segunda-feira, 30 de abril de 2018
Mediunidade e Ansiedade
É possível dizer que a maioria dos médiuns apresenta algum grau de ansiedade quanto ao momento de tudo acontecer no campo da espiritualidade conforme as expectativas individuais.
Ocorre que temos aí uma cilada, pois uma coisa não vai ajudar na outra, ou seja, ansiedade não trará mediunidade. Deste modo, não podemos permitir que a emoção passe totalmente à frente da razão, buscando antecipar algo que tem o seu momento certo para acontecer.
Lamento dizer, mas não há pai ou mãe de santo que tenha a capacidade de apressar a mediunidade de alguém só para agradar a este(a) filho(a) que acaba de iniciar sua participação em uma corrente de trabalho. O que acontece em relação a isso é muito mais sugestionamento do que eficácia. Afinal, as pessoas podem acabar acreditando que tal dirigente tem um determinado poder de trazer o guia de alguém. Não tem.
A ansiedade é um mal de nossos tempos, o qual exige atenção e cautela. É um distúrbio emocional contemporâneo que atrapalha o desempenho das pessoas nas mais diversas atividades humanas, não sendo diferente em relação à prática religiosa.
Sendo assim, tenhamos cuidado para não nos deixarmos seduzir por pessoas que fazem determinadas promessas que poderão servir para satisfazer momentaneamente (e ilusoriamente) ao nosso ego, mas não servirão para auxiliar-nos em nossa caminhada evolutiva.
A paciência é, sem dúvida, uma virtude que precisamos desenvolver em nossa estadia terrena. Portanto, saibamos esperar a nossa hora e confiemos em nossos guias, pois eles nos fornecerão, no momento mais apropriado, as respostas que faltam no dia de hoje.
domingo, 29 de abril de 2018
Não há charuto para oferecer ao guia. E agora? Ele não trabalha?
Algumas vezes pode acontecer de não haver um determinado elemento de trabalho que é utilizado durante o atendimento espiritual de Umbanda, como é o caso, por exemplo, de um charuto. É raro, afinal se trata de algo muito simples de conseguir, mas enfim... pode acontecer. E se faltar? Então o guia não vai trabalhar?
É possível que alguém já tenha presenciado faltar este elemento, e então ouvir "o guia" dizer que não consegue trabalhar sem o seu charuto. Isso, convenhamos, pode gerar uma dúvida. Será que o guia está mesmo se recusando a trabalhar por faltar um elemento ou será o médium quem está mistificando e se recusando a atender por não ter o que fumar?
Sabemos da importância de um elemento como o fumo no ritual de Umbanda, mas acreditamos também que um guia, com toda a iluminação que possui, saberá compreender se faltar um elemento de trabalho que utiliza. Acreditamos que, tanto ele terá evolução espiritual para compreender a situação, como duvidamos que ele seja totalmente dependente de um charuto para poder ajudar a quem precisa ser ajudado.
Temos a certeza de que este guia, na condição de um espírito evoluído (afinal está apto a atuar na Umbanda) e que visita o plano terrestre para participar de um trabalho caritativo, saberá como proceder diante do imprevisto.
Deste modo, tendemos a duvidar da idoneidade do médium quando ele, possivelmente desejando demonstrar uma incorporação, se incomoda por não ter o seu fumo e se recusa a fazer o que deveria fazer naquele momento: a caridade. Sejamos mais atentos!
sábado, 28 de abril de 2018
Pode acontecer de eu ter dúvidas sobre minha incorporação?
A resposta à questão que entitula o texto é: com certeza! É perfeitamente normal haver dúvida sobre o processo de incorporação mediúnica em um atendimento espiritual realizado na Umbanda. Acredite: se você passa por isso em dados momentos, não está só em seus questionamentos.
Conforme sabemos, a Umbanda passa por transformações (assim como tudo o que faz parte da existência), de modo que a mediunidade inconsciente, frequentemente vista no passado, não é a mais recorrente nos dias de hoje. Há um motivo para isso?
Sim, há um motivo! No passado não havia a quantidade de estudo disponível que há hoje, assim como não havia o esclarecimento acerca da religião tal como há hoje. O estudo era escasso e tudo era excessivamente mistificado.
Hoje, entretanto, as pessoas podem se preparar e podem se esclarecer como os mais velhos não puderam. Os tempos mudam e as características de tudo também mudam, exatamente para acompanhar a evolução.
Hoje a mediunidade é mais consciente do que já foi. O médium está acompanhado de seu guia, mas nem sempre está alheio ao que ocorre no atendimento. Isso acontece para que este médium tenha também a oportunidade de aprender com o seu guia a respeito daquilo que é realizado.
Eu não posso querer ser um frasco vazio e esperar que o conteúdo brote em mim para ser transmitido a quem precisa. É de minha responsabilidade adquirir o conteúdo que julgo necessário, pois assim as informações que possuo serão mais facilmente comunicadas pelo guia espiritual que me acompanha.
Os tempos são outros. Não podemos mais colocar tudo na conta dos guias, tal como muitos já fizeram no passado. A espiritualidade não promoveria uma mudança como essa se não houvesse fundamento, portanto cabe-nos a compreensão para o bom exercício do que nos propomos a fazer. Teremos dúvida? Sim, afinal nunca saberemos tudo. O que precisamos fazer? Estudar!
sexta-feira, 27 de abril de 2018
Vaidade e Umbanda não combinam!
Atualmente vemos uma série de trabalhadores que se disponibilizam ao trabalho espiritual realizado na Umbanda, parecendo, assim, caridosos. Por outro lado, parece também que ainda não compreenderam a mensagem que esta religião deseja transmitir: a humildade.
Humildade e vaidade são palavras que até rimam, mas os significados são completamente distintos. Portanto, onde cabe um não caberá o outro. Se a Umbanda preconiza a humildade e aceita a todos como iguais, então um não pode ter a pretensão de se destacar em relação aos demais, pois ferirá um princípio básico umbandista.
Conforme disse o Caboclo das Sete Encruzilhadas, "ensinaremos a quem sabe menos e aprenderemos com quem sabe mais, a ninguém viraremos as costas" e, ainda, conforme ouvimos em um ponto cantado, "aqui não há distinção nem de raça e nem de cor, seja pobre ou seja rico é recebido com amor". Estas palavras tem a ver com igualdade, e só consegue compreender o que é igualdade quem sabe agir com humildade.
Mas então? Serão todos os trabalhadores umbandistas de fato humildes? Não me parece. Vemos por aí médiuns que gostam de afirmar o quanto são mais fortes do que outros, o quanto seus guias são melhores do que outros, o quanto suas entidades são mais procuradas que a dos outros, o quanto seu Orixá é mais poderoso do que o outro, o quanto é mais respeitado do que o outro...
Além disso, vemos também ogãs que gostam de pensar que são artistas ao tocarem o atabaque como se este intrumento dedicado ao ritual religioso fosse um instrumento de percussão em show de samba, e que as mulheres que estão no terreiro vão para pegar o telefone deles, para rolar um "contatinho" depois da gira.
Vamos voltar ao exemplo do Caboclo das Sete Encruzilhadas. A quem não conhece a história do surgimento da religião, um médium vidente observou em sua manifestação que este Caboclo trazia vestimentas clericais, e então o questinou. O Caboclo disse então que havia sido, em uma de suas encarnações, o Frei Gabriel Malagrida e por isso carregava aquela vestimenta.
Se fosse para receber um nome, entretanto, seria o de Caboclo das Sete Encruzilhadas, para fundar o culto da religião de Umbanda identificado com a figura do índio, simbolizando o povo nativo que havia sido massacrado pelos europeus que aqui chegaram. Aquele espírito precisava se apresentar como um índio? Não! Mas era um sinal de humildade de sua parte.
E o que dizer de todos os outros caboclos, que igualmente são tantos outros espíritos iluminados apresentando-se com nomes simples e linguagem simples para nos ajudar? E o que dizer de todos os pretos velhos???
Humildade, meus irmãos. Humildade. Quem prefere a vaidade deve procurar outros ambientes humanos, porque o terreiro de Umbanda não é para isso.
quinta-feira, 26 de abril de 2018
Características dos filhos de Oxum
Os filhos deste Orixá são carinhosos e sensíveis. São conhecidos por "chorões" ou outros apelidos semelhantes, pelo fato de serem dramáticos e carinhosos, tal como uma mãe é com seus filhos.
Acolhedores e sempre dispostos a oferecer colo, costumam trazer também a beleza e a sensualidade das águas suaves. Se disponibilizam a compreender os problemas humanos, mas diferenciam rapidamente quem realmente precisa de ajuda de quem é aproveitador.
Trazem sempre a beleza consigo, não necessariamente no plano físico. São carismáticos e sedutores, amigos, amantes, cheios de esperança e de desejo, fiéis quando acreditam encontrar o verdadeiro amor e leais com os verdadeiros amigos.
Quanto preciso preocupar-me com guias e outros objetos?
Muitos médiuns de Umbanda desenvolvem preocupações excessivas com coisas que acabam sendo triviais. Um bom exemplo disso são as guias, como são chamados os colares confeccionados com os mais diversos materiais e que simbolizam um dos fundamentos da religião.
Isso acontece em especial com o médium iniciante, o qual, sem as devidas orientações de seu dirigente, começa a gastar tempo e energia buscando compreender qual o tipo de guia deve usar para agradar à entidade que o acompanha, ou ao seu Orixá.
Este médium passa a imaginar se deve usar em sua guia miçangas, sementes, fica em dúvida sobre a cor, se deve ser brilhante ou opaca, se deve comprar ou fazer com as próprias mãos, e assim por diante.
Precisamos levar em conta que o mais importante às entidades que trabalham conosco não é o tipo de material que usaremos ao redor do pescoço. O mais importante SOMOS NÓS! A nossa presença é fundamental, mas não somente a presença de corpo, enquanto a mente está no netflix, naquela série sensacional, no namorado ou na namorada, no facebook, etc.
Se nos propusermos a formar parte de uma corrente de trabalho espiritual, precisamos fazê-lo com integridade e deixar tudo o mais para depois. O que pertence ao mundo material, recuperaremos na saída do terreiro, assim que o trabalho terminar. Enquanto estivermos ali, entretanto, cabe-nos fazer valer a nossa presença, a nossa entrega à espiritualidade.
O tipo de guia a ser usado, assim como outros elementos, tais como fumo, pemba, etc, naturalmente serão intuídos ou orientados. O médium não deve perder energia preocupando-se com objetos; ao invés disso, convém direcionar esta energia mantendo o foco no que ele faz ali, para que o trabalho seja bem conduzido e para que não haja desgaste além do necessário.
quarta-feira, 25 de abril de 2018
Lembra-se da sua primeira gira? Qual foi a corrente de trabalho no dia?
A lembrança da primeira gira dificilmente sai da memória de quem um dia se propôs a visitar um terreiro de Umbanda, obedecendo a um chamado interior e ali encontrando o que buscava, mesmo sem saber exatamente o que encontrar.
Uma vez que proponho esta pergunta aos leitores (lembra-se de sua primeira gira?), então farei um breve relato de como as coisas aconteceram comigo. O ano era 2002 e eu já havia tomado contato, um atrás, com o espiritismo de Kardec. No entanto, algo em minha intimidade me convidava a conhecer a Umbanda, apesar de todos os preconceitos existentes acerca desta religião e que somos acostumados a ouvir, inclusive de pessoas próximas.
Falou mais alto em minha alma a vontade de conhecer um terreiro e de participar da gira, em detrimento de qualquer comentário pejorativo sobre o que era a minha vontade. Cheguei ao terreiro bem do jeito como descrevi no primeiro parágrafo: "sem saber exatamente o que encontrar". Era um dia de trabalho dos pretos velhos e então a reunião começou.
Acompanhei todo o ritual, os pontos cantados, as orações e vi os médiuns receberem os guias para darem início ao atendimento espiritual. Quando estava chegando a minha vez de me consultar, o coração mal cabia no peito de tanto que pulava, talvez uma mistura do que se experimenta ao lidar com o que é desconhecido (o que alguns chamam de medo) e de emoção por notar que ali era o meu lugar, mesmo que ainda não soubesse disso de forma racional.
Ao parar diante do preto velho, ele me olhou por um breve momento e fez uma pergunta que foi no fundo da minha alma. Eu não estava descrente, de modo algum, mas aquilo foi como um raio que caiu no lugar certo e me fez compreender toda a beleza e a importância do trabalho que era realizado ali.
Foi o bastante para me tornar Umbandista e amar incondicionalmente aos Guias e Orixás, que tanto fazem por nós sob a égide de Oxalá. Estas são palavras simples que desejam transmitir um pouco do sentimento de quem experimenta a Umbanda na alma e no coração. E você, se lembra de como tudo aconteceu?
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