sábado, 30 de março de 2019
O Perdão - A Transmutação das Mágoas
A falta de perdão é sentida tanto por quem dele carece quanto por quem se recusa a oferecê-lo. A energia gerada quando o perdão não é praticado é, invariavelmente, a dor.
Esta dor corrói o peito e ata as almas envolvidas em laços penosos, quando estes poderiam ser alegres e espontâneos. Fica latente a sensação da culpa, tanto naquele que se equivocou em seus atos, causando sofrimento, quanto naquele que não se disponibilizou a superar o passado, ainda que ciente do quanto seu algoz já tenha se convertido em vítima de si próprio, pelas consequências das próprias ações.
Somente o perdão poupa as almas de futuras lamentações provocadas pelas exigências do ego, sempre que são desprezados os anseios da alma.
Que todos possamos perdoar, uma vez que negar esta energia a quem atormenta-se pelas próprias culpas e já cedeu ao arrependimento é o mesmo que negar o pão ao que sente fome. Assim como o pão alimenta o corpo, o perdão alimenta a alma, tanto de quem o recebe como de quem o concede. O perdão é, por essência, um poderoso transmutador de mágoas.
Eu Sou,
Leandro Roque
quinta-feira, 10 de maio de 2018
Obsessão e Desobsessão na Umbanda
Obsessão e desobsessão existem desde que o mundo é mundo, ou pelo menos desde que as civilizações surgiram. Entretanto, ganhou cores, explicação, vocabulário próprio e estudos diversos, com o surgimento da codificação kardequiana, no fim do séc. XIX.
Obsessão é uma das principais preocupações e desobsessão é um dos diversos trabalhos realizados pelos Centros Espíritas. Assim, temos no Espiritismo o maior volume de informação, metodologias de tratamento e experiências acumuladas sobre o referido tema.
Muitos terreiros de Umbanda recorrem a esse cabedal de conhecimento do Espiritismo, para lidar com a obsessão, aplicando as soluções kardecistas para realizar as desobsessões, frente aos casos que aparecem no seu dia-a-dia. É justo? Com certeza!
Allan Kardec, enquanto produzia sua obra, não tinha em mente a ideia de fundar uma religião com um determinado nome, um determinado formato e unir pessoas dispostas a defender este material como exclusivo daquele grupo. Ele divulgou conhecimento sobre o mundo espiritual. Para quem? Para quem considerar útil, independente da bandeira que decida carregar ou da denominação que prefira utilizar!
A obsessão é um tema muito sério e muito recorrente, tantos em centros espíritas quanto em terreiros umbandistas. É importante que se diga que ela pode ocorrer tanto de um desencarnado para um encarnado e vice-versa. Também há espíritos sofrentes por ações de seres humanos, sejam estes conscientes ou não de seus atos.
Os trabalhos de desobsessão na Umbanda devem ser conduzidos com o auxílio dos guias que se esforçam para realizar este trabalho e também dos próprios médiuns, os quais devem ler, estudar e aprender a lidar com o tema. Se ficarmos na base de "o guia resolve", a coisa vai por mau caminho. É preciso desenvolvermos consciência para que tenhamos ferramentas úteis na resolução das dificuldades que se apresentam.
A Umbanda é maravilhosa e, sem dúvida, nossos guias e Orixás não nos desamparam. Contudo, se não nos propusermos à transformação moral, de nada adiantará receber ajuda em um terreiro, pois seguiremos atraindo os mesmos tipos de problemas que já nos perturbaram anteriormente.
quarta-feira, 9 de maio de 2018
Os Marinheiros na Umbanda
Os marinheiros são personagens bem conhecidos na Umbanda. Sempre alegres, cantam e bebem, se movimentando de lá para cá, dando a impressão de ébrios, mas na verdade estão apenas mareados.
Os marinheiros na Umbanda podem ter tido a mesma profissão em outras vidas ou alguma ligação muito forte com o mar, como caçadores e caiçaras, por exemplo. Por isso, eles gostam de usar roupas brancas e uniformes de marujo.
Como filho da rainha do mar, Yemanjá, seu maior objetivo é trazer muito axé a todos na terra. Eles são mensageiros de paz e fazem rituais de purificação com as energias mágicas e misteriosas das águas, além de cerimônias de descarrego, consultas, passes, desenvolvimento de médiuns e outros trabalhos que possam envolver demandas.
Carregam consigo um sentimento profundo de amizade e fraternidade. E durante suas consultas, gostam muito de ajudar àquelas pessoas que se apresentam com problemas amorosos. Seus conselhos são sempre fiéis e certeiros, porque eles têm uma grande responsabilidade e assumem o compromisso de um trabalho bem feito.
Se você gostar de leituras de Tarot e Baralho Cigano, segue uma dica de canal do Youtube para que possa conhecer e participar: Diálogos com Baralho Cigano
Filhos e Filhas de Iansã
Para os filhos de Iansã, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas. Escolhem seus caminhos mais por paixão do que por reflexão e costumam ir à luta para conquistar o que desejam.
São pessoas atiradas, extrovertidas e diretas, que jamais escondem seus sentimentos, sejam de felicidade ou de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões, mas isso não é prova de promiscuidade; pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa amada, mas só enquanto amam.
Tendem a ser pessoas autoritárias e possessivas, com o gênio que muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para tais guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam seus impulsos, sendo capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, desde que esta compreenda o sentido da autoridade.
Os filhos de Iansã, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis. Os mais prudentes, entretanto, não ousariam confiar-lhe um segredo.
Se houver uma desavença, poderão usar o que sabem de alguém como arma. Apenas para esclarecer, não o fazem pelo prazer de uma chantagem, mas por ser uma forma de exercer o poder sobre quem o desafiou.
terça-feira, 8 de maio de 2018
Os desafios diários e os valores humanos
Um de nossos maiores desafios na atualidade é conciliar o manejo dos problemas com a nossa integridade diante daqueles que nos rodeiam. É preciso prezar pelas relações humanas, ao invés de descontar problemas em um amigo ou em um parente que, muitas vezes, apenas deseja conversar um pouco, seja para desabafar ou simplesmente sinalizando que gostaria de companhia.
O caso é que nem sempre conseguimos manter o melhor comportamento, pois nos deixamos envolver demais pelas turbulências diárias. Vivemos tempos complicados: há crise financeira, pressão no trabalho ou para conseguir trabalho, necessidade de pagar contas e uma série de outras situações que tornam os nossos dias mais pesados do que precisariam ser.
Apesar de tudo isso, é preciso recordar que aqueles que estão à nossa volta não são culpados pelas dificuldades que vivemos. Cabe-nos cultivar a presença de espírito para percebermos que as pessoas que participam de nosso convívio estão ali para ajudar-nos a trilhar nossos caminhos e a suavizar os problemas, não para agravá-los.
É difícil? Pode até ser, afinal estamos totalmente viciados em tratar mal a todos em função de vivermos com a cabeça quente para cuidar das responsabilidades. No entanto, se dermos o primeiro passo nesta direção, teremos a chance de perceber que talvez basta um pouco de boa vontade.
Temos total condição para mudar o rumo das coisas e desenvolver um sentimento recíproco de solidariedade e companheirismo. Não podemos deixar as dificuldades consumirem todas as nossas virtudes.
domingo, 6 de maio de 2018
Quem são os Baianos?
Os Baianos simbolizam o povo nordestino que carregou dessa vida o espírito humilde e batalhador. Essa linha surgiu para sustentar a sabedoria do povo sertanejo, recebendo esse nome não por causa do Estado da Bahia, mas pelo fato de ser a partir dali que o país ganhou sua atual identidade.
É uma homenagem aos povos que contribuíram para a rica formação da nação, e que, apesar do jeito simples, carregam a inteligência da miscigenação de brancos, índios e negros.
Essas entidades da Umbanda conhecem com mais afinidade as dificuldades de nosso tempo, pois também passaram por elas. São, em sua maioria, migrantes que carregaram na mala e no peito a esperança de uma vida melhor em outras terras do Brasil.
Esses guias aceitaram a missão de ajudar aos seus semelhantes por acreditarem no melhor do ser humano e saberem que as piores algemas são as que os outros lançam sobre seus irmãos.
Os Baianos na Umbanda representam um povo alegre que adora desmascarar qualquer mal. Quem aparece em um terreiro com pensamento cético, provavelmente será surpreendido durante uma gira desta linha de trabalho.
Médium que decide sair do terreiro é castigado pelos guias?
Sempre há algum comentário do tipo "mediunidade é compromisso, é missão" ou "se você sair da casa onde trabalha, sua vida vai piorar, seus guias vão te punir". Será, gente? Será que um guia, ou seja, um espírito de luz que se propõe a praticar a caridade, seria bondoso com os consulentes e carrasco com seu médium?
Será que um guia de luz sentiria prazer em ver seu médium perder o emprego, destruir um relacionamento ou ser vítima de problemas de saúde só por ter saído do terreiro? Será que é assim mesmo ou isso é apenas reflexo da herança que temos quanto à imposição religiosa pelo medo?
A Igreja assustou muita gente no passado vendendo a ideia da salvação, ganhando cada vez mais adeptos por conta disso. Será que precisamos fazer o mesmo agora, em pleno século XXI e testemunhas que somos da história? Penso que não precisamos e que seria pura apelação.
Mediunidade é compromisso? Sim! Porém, a mediunidade não precisa obrigatoriamente ter um formato e ser exercida em um determinado local, ou, caso contrário, coitado do médium, pois irá sofrer. Absolutamente.
O médium é médium seja onde for e onde estiver, mesmo fora de um terreiro. Se ele tomar contato com uma pessoa que precisa de ajuda e puder auxiliar com sua mediunidade, terá essa oportunidade. Seus guias o acompanham e irão instruí-lo quanto ao que pode ser feito por alguém.
O médium deve levar em conta a sua conduta de vida, muito antes do compromisso que assume em determinada casa. Diga-se de passagem, é muito mais digno o médium que nem está no terreiro, mas faz o seu melhor por onde passa, do que aquele que bate no peito e diz que não falta na gira, mas fora do terreiro é alguém com quem pouco vale a pena conviver.
Vamos refletir, pois estar em um terreiro não é tudo, como muitos gostam de afirmar e convencer, somente para que suas próprias ideias prevaleçam e suas casas permaneçam cheias (afinal isso traz popularidade). A estes, vale dizer que a Igreja já fazia o mesmo na idade média, porém o mundo evoluiu e as pessoas merecem clareza. Sejamos justos, tal como Xangô gosta.
Se você gostar de leituras de Tarot e Baralho Cigano, segue uma dica de canal do Youtube para que possa conhecer e participar: Diálogos com Baralho Cigano
Assinar:
Postagens (Atom)